Governo britânico anuncia que uso de máscara passará a ser uma escolha pessoal

(Henry Nicholls/Reuters)

Com informações do O Globo

LONDRES – Com vacinação avançada, o governo britânico anunciou neste domingo, 4, que está discutindo o relaxamento de medidas restritivas para conter a pandemia da Covid-19 e que o uso de máscara no Reino Unido passará a ser uma escolha pessoal.

A variante Delta, que varreu a Ásia e alguns países da Europa, é responsável por mais de 97% dos novos casos no País e fez a média diária de infecções passar de 1.500, em maio, para  22 mil. Mesmo assim,  o número de mortes continua reduzido, devido à alta taxa de vacinação (48% da população já foram imunizados com as duas doses e 66% com uma).

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Antes mesmo do anúncio oficial sobre a flexibilização de medidas, que deve acontecer esta semana, o secretário de Habitação, Robert Jenrick, disse neste domingo que as restrições seriam retiradas para permitir que as pessoas “exerçam um certo grau de responsabilidade e julgamento pessoal”.

“Os dados que o primeiro-ministro Boris Johnson está revisando no momento antes de tomar uma decisão parecem muito positivos. Parece que agora podemos avançar  para um regime muito mais permissivo, onde nos afastaremos de muitas das restrições que têm sido tão difíceis para nós”, afirmou Jenrick à Sky News. “Pessoas diferentes chegarão a conclusões diferentes sobre uso de máscaras”, destacou.

Alguns especialistas, no entanto, mostraram-se mais cautelosos sobre o uso da proteção facial. Stephen Powis, diretor-geral do NHS, o sistema público gratuito de saúde britânico, disse que a ligação entre contrair o vírus e o aumento de doenças graves diminuiu severamente, mas não totalmente.

“Algumas pessoas escolherão ser mais cautelosas e isso não é necessariamente uma coisa ruim. Esses hábitos para reduzir a infecção são uma coisa boa”, disse Powis à BBC.

Adam Finn, membro do Comitê de Vacinação e Imunização, também afirmou que continuaria usando máscara indefinidamente quando tivesse qualquer sintoma da Covid-19 ou em um espaço fechado e lotado.

“Acho que, como pediatras, aprendemos que podemos evitar problemas enormes com crianças que ficam doentes no inverno tomando esse tipo de medida”, afirmou à Sky. “Simplesmente não vimos a epidemia de vírus respiratórios no inverno passado como vi todos os anos ao longo da minha carreira”, disse.

No sábado, foram registradas 24.885 novas infecções no País, um aumento significativo em relação às 18.132 relatadas no mesmo dia da semana passada. Mas as mortes relacionadas à Covid não aumentaram: o último número diário foi de apenas 18. No total, o País, um dos mais atingidos da Europa, registrou mais de 128 mil mortes.

O premier britânico tem sido alvo de críticas desde o inicio da pandemia, quando reagiu devagar ao avanço da Covid-19 no País e chegou a ser contaminado,  ficando internado por alguns dias. Após receber alta, no entanto, disse que devia a vida ao serviço público de saúde britânico e mudou de postura.

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