Da Revista Cenarium (*)
O filme “Cuties” [“Lindinhas”, em português] exibido pela Netflix, ganhou mais uma polêmica. Nesta segunda-feira, 21, o Governo Federal, por meio do Ministério da Mulher, da família e dos Direitos Humanos, pediu a suspensão no Brasil da veiculação do premiado filme francês, após acusações do longa “hipersexualizar” crianças. A medida vem depois de semanas de críticas à plataforma de streaming, por conta da produção.
O pedido foi encaminhado à coordenação da Comissão Permanente da Infância e Juventude (Copeij), colegiado integrado por procuradores e promotores de Justiça de todos os estados e distrito Federal que atuam diretamente na área da infância e juventude.
O filme francês é uma produção original da Netflix e tem classificação indicativa de 16 anos.
De acordo com o ministério, no ofício assinado pela Secretaria Nacional de Direitos da Criança e do Adolescente, o secretário Maurício Cunha destacou que a produção, protagonizada por uma menina de 11 anos, possui, como pano de fundo, o fascínio pela dança, a busca pela liberdade, o desenvolvimento da identidade sexual e o conflito em relação à tradição religiosa de sua família.
“No entanto, de acordo com Cunha, o filme apresenta pornografia infantil e múltiplas cenas com foco nas partes íntimas das meninas enquanto reproduzem movimentos eróticos durante a dança, se contorcem e simulam práticas sexuais. O roteiro, segundo ele, pode levar à normalização da hipersexualidade das crianças em produções artísticas”, informou, em comunicado.
Além da suspensão do filme no país, o governo pede a apuração da responsabilidade pela oferta e distribuição do conteúdo, destacando que o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) prevê como crime o ato de “vender ou expor à venda, vídeo ou outro registro que contenha cena pornográfica envolvendo criança e adolescente, punível com reclusão de 4 a 8 anos e multa”.
Em nota, a Netflix informou que o filme Cuties (Mignonnes, em seu nome original), é um comentário social contra a sexualização de crianças. “É um filme premiado e uma história poderosa sobre a pressão que jovens meninas enfrentam nas redes sociais e também da sociedade. Nós encorajaríamos qualquer pessoa que se preocupa com essas questões importantes a assistir ao filme”, diz a nota enviada à Agência Brasil.
Com informações da Agência Brasil (*)
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