Meio Ambiente 13 de junho de 2024

Governo de MT cria fundo para preservar unidades de conservação

Unidade de Conservação vista de cima (Adriano Gambarini)
Unidade de Conservação vista de cima (Adriano Gambarini)
Davi Vittorazzi — Da Revista Cenarium

CUIABÁ (MT) — O governo de Mato Grosso sancionou a lei que cria um fundo para arrecadação de verbas que serão usados na manutenção das unidades de conservação do Estado. A sanção foi publicada nesta quinta-feira, 13, no Diário Oficial (DOE). Chamado de Fundo Amigos da Floresta – 3F, a nova lei permite receber doações de pessoas físicas, jurídicas e entidades, como ONGs nacionais e internacionais. Este último grupo é alvo de críticas do governo estadual por chamar a atenção das autoridades sobre o combate aos crimes ambientais e da preservação nos parques de conservação.

A nova regra prevê a captação de recursos para a regularização fundiária e a manutenção das unidades de conservação do Estado. O fundo também poderá ser usado para “custear as indenizações eventualmente devidas em razão da regularização fundiária decorrente da criação de novas Unidades de Conservação no Estado de Mato Grosso“. O Estado tem unidades de conversação nos três biomas: Amazônia, Cerrado e Pantanal.

Os recursos captados serão administrados pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), por meio de um Conselho de Administração que terá a titular da pasta como presidente. Os doadores, segundo a lei, devem receber um selo divido em duas categorias: Selo de Investidor(a) das Florestas e Selo de Protetor(a) das Florestas.

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Parque Cristalino II tinha sido criado em 2001 (Marcos Amend)

A criação do fundo foi proposta pelo governador Mauro Mendes (União Brasil) após a polêmica de anulação do Parque Cristalino II, na Amazônia mato-grossense. O governo estadual não demonstrou interesse em recorrer da decisão e só voltou atrás com a repercussão negativa da ação. Nessa terça-feira, 11, Mendes afirmou que a criação do fundo ocorreu porque a preservação tem custos. “Nós, brasileiros, não podemos ficar aqui preservando para ajudar o mundo e o mundo [demais países] não ajudar a pagar por isso”, disse.

Anulação de parque de conservação

A segunda instância do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), anulou a criação do Parque Cristalino II, localizada no arco do desmatamento da Amazônia mato-grossense. Segundo ambientalistas, a área é uma das mais ricas de biodiversidade do mundo. A ação foi movida pela empresa Sociedade Comercial e Agropecuária Triângulo Ltda., que alega ser proprietária de uma área no parque, antes dele ser criado.

A Advocacia Geral da União (AGU) requereu no mês passado ao Judiciário Estadual a anulação do julgamento e pediu o caso seja julgado pela esfera federal. Segundo o recurso, a empresa uso títulos nulos para comprovar propriedade.

Leia Mais: União pede anulação de julgamento que extinguiu Parque de Conservação no Mato Grosso
Editado por Jadson Lima
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