Governo Federal reduz em mais de 62% os repasses ao Amazonas para o combate à pandemia

Em 2020, os repasses para o combate à pandemia começaram a ser realizados em março, mês em que foi registrado o primeiro caso da doença no Amazonas (André Ávila / Agencia RBS)

Ana Carolina Barbosa – Especial para Revista Cenarium

MANAUS – Em 2021, o Governo Federal reduziu em 62,47% as transferências ao Amazonas, via Fundo Nacional de Saúde (FNS), para o enfrentamento à pandemia da Covid-19. Em 2020, a média foi de R$ 67,91 milhões em repasses a cada três meses. Neste ano, de janeiro a março, foram transferidos R$ 25,49 milhões. Os dados são do portal da transparência do FNS.

Em 2020, os repasses para o combate à pandemia começaram a ser realizados em março, mês em que foi registrado o primeiro caso da doença no Amazonas. Ao todo, foram transferidos R$ 226,31 milhões durante dez meses do ano passado, para ações de enfrentamento à pandemia, 31,2% de todo o volume repassado via FNS, para o Fundo Estadual de Saúde (FES), para ações em saúde.

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Lista de transferências (Reprodução/Internet)

Do total repassado para a Covid-19, R$ 212 milhões foram para o custeio e manutenção das ações e serviços públicos de saúde e outros R$ 13,65 milhões, foram direcionados à estruturação da rede de serviços (investimentos). Já neste ano, os repasses foram efetuados apenas para a manutenção de serviços, excluindo investimentos em estruturação.

O Amazonas foi o primeiro estado a enfrentar a segunda onda da pandemia do novo coronavírus no País, registrando números alarmantes de casos e óbitos em janeiro, e escassez de produtos vitais à vida, como oxigênio medicinal, por exemplo.

Na ocasião, o Governo do Amazonas investiu recursos na ampliação da rede hospitalar, com o acréscimo de leitos, compra de insumos e um plano logístico parta o transporte de O2 para os demais municípios do interior. A estratégia contou com o apoio dos Ministérios da Defesa e da Saúde, para a aquisição e transporte de isotanques de outras cidades, para Manaus.

O crescimento de casos levou o Estado a uma taxa de transmissibilidade (Rt) de 1,30, a maior até então registrada, e que colocou a unidade no topo da lista da federação no que diz respeito ao contágio. Hoje, o Amazonas tem a segunda menor taxa Rt, segundo apuração feita pelo Loft Science, que traça o ranking nacional, com base em dados fornecidos pelos Estados. A traxa de transmissão do Estado é de 0,91, o que significa dizer que cada grupo de 100 pessoas tem capacidade para infectar outras 91, e não mais 130.

De acordo com dados da Fundação de Vigilância em Saúde (FVS), o Estado acumulava, até a última quarta-feira, 24, 11.860 mortes pela Covid-19 e 341.968 casos da doença.

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