Gramado volta a receber turistas e espera movimento no Dia dos Namorados

Desde o início de maio, os hotéis de Gramado podem receber turistas, respeitando um limite de ocupação de 50% (Divulgação)

Da Revista Cenarium*

Com o celular em mãos, pronto para fotografar a família na Rua Coberta, em Gramado (RS), o homem pergunta: “Vocês estavam sorrindo?”

Assim como ele, mãe e crianças usavam máscaras, item obrigatório para quem circula em uma das primeiras cidades turísticas do Brasil a retomar as atividades após permanecer cerca de dois meses com o turismo parado.

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Desde o início de maio, os hotéis de Gramado podem receber turistas, respeitando um limite de ocupação de 50% e seguindo um rígido protocolo de higiene, que se repete em lojas e restaurantes.

Quem circula pela cidade já se depara com uma amostra de como deve ser a rotina adaptada à pandemia. Estabelecimentos comerciais exibem na porta os avisos de que só é permitida a entrada com máscara e há álcool em gel por todos os lugares.

“Estávamos loucos para vir para cá. A cidade está bem segura. Vamos alugar bicicletas e passear”, disse Eliane Cipriano, 39, autônoma, após desembarcar do Fumacinha, um ônibus vermelho em forma de bonde.

O Fumacinha leva turistas nos principais pontos da cidade desde 1975. Os passageiros embarcam em frente à Igreja da Matriz, atração de Gramado. O city tour tem duração de uma hora.

Por causa da pandemia de Covid-19, logo que os passageiros desembarcam e antes que outros entrem, funcionários higienizam todo o interior do Fumacinha com álcool em gel.

Moradora de Criciúma, em Santa Catarina, Eliane viajou com a família para Gramado e deve voltar à cidade gaúcha no segundo semestre, em um passeio que já estava programado.

Na última sexta (29), o dia de sol sem nuvens, com os termômetros marcando por volta de 20ºC, deixou Gramado ainda mais “instagramável”. O casal Felipe Tessmann, 26, e Tiele Silveira, 28, faziam uma selfie ao lado do Palácio dos Festivais, onde ocorre o tradicional Festival de Cinema de Gramado.

O casal viajou de carro desde a cidade gaúcha de Camaquã. “Sempre que podemos viemos a Gramado. Vamos comer fondue, tomar café colonial e visitar o Mini Mundo”, contou Silveira sobre os planos para três dias de estadia.

Viajantes do próprio Rio Grande do Sul e dos estados mais próximos, como Santa Catarina e Paraná, são os que mais tem feito reservas nos hotéis de Gramado durante a retomada do setor.

“A maior parte do movimento é de turismo regional, que pode se deslocar de carro. Ainda são poucos visitantes que chegam por avião”, explica Flaviana Yamaguchi, gerente de marketing da Rede Laghetto, que reabriu quatro hotéis em Gramado -são 17 no país.

“O movimento tem nos surpreendido. A cada final de semana as reservas estão subindo. Para o Dia dos Namorados temos hotéis que já ficaram sem capacidade”, explica Yamaguchi.

A data romântica, em 12 de junho, cairá em uma sexta-feira, atraindo mais visitantes dispostos a passar o final de semana na cidade.

Os hotéis, entretanto, mudaram suas rotinas. “No elevador, só pessoas de uma mesma família”, exemplifica a gerente.

No Castelo Saint Andrews, um equipamento alemão higieniza revestimentos e purifica o ar antes que os hóspedes se instalem nos quartos com vista para o Vale do Quilombo. Os clientes são recebidos por mordomo, gerente e recepcionistas que usam não apenas as máscaras mas também “face shields”, proteção de plástico.

Hóspedes podem aproveitar a piscina e a academia sozinhos, basta reservar. O chá das cinco, uma tradição do estabelecimento, agora é individual. Clientes podem inclusive escolher os espaços abertos para aproveitarem o momento.

O espaço mais exuberante para o chá é o mirante que avança sobre o vale. O local ao ar livre tem proteção de vidro e integra o visitante à paisagem.

“Reforçamos a internet para os hóspedes que querem trabalhar aqui. As pessoas acabam ficando mais dias no hotel e usam até os jardins como home office, respirando o ar puro”, conta Guilherme Paulus, proprietário do Saint Andrews.

Na última sexta-feira (29), até o Lago Negro, um parque municipal, estava cheio. O movimento era tanto de turistas como de moradores da cidade. Parques privados como o Snowland, onde é possível esquiar com neve artificial, feita de gelo, se preparam para uma reabertura posterior.

“Nossa lavanderia industrial passou por reformulação. Toda roupa é higienizada após cada utilização com produtos químicos e alta temperatura para poder ficar perfeita”, explica Paulo Mentone, diretor executivo do Snowland.

“A neve é produzida a cada noite, é clorada e fluoretada”, explica Mentone. O processo já era adotado antes da pandemia. Porém, agora o local contratou infectologistas que asseguraram que não risco de contágio na neve. O parque chega a ter áreas onde a temperatura é de -3ºC.

A Páscoa durante a pandemia, uma das principais datas do calendário turístico de Gramado, perdeu pelo menos 350 mil visitantes. Por isso, a prefeitura já pensa nos próximos eventos.

O Natal Luz começará em outubro e seguirá até janeiro de 2021, por exemplo. “Aumentamos de 81 para 101 dias. Assim, conseguimos um período mais amplo que permite menos pessoas simultaneamente nos espetáculos. Estamos nos preparando”, diz o secretário municipal de turismo, Rafael Carniel.

(*) Com informações da Folhapress/ Paula Sperb

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