MANAUS – A Organização Não Governamental (ONG) de proteção ambiental, Greenpeace, destacou a exoneração do ministro do Meio Ambiente nesta quarta-feira, 24, mas alertou sobre a continuidade da política antiambiental do Governo Bolsonaro, que vem promovendo um desmonte de políticas nos órgãos ambientais e de programas ambientais.
“O Brasil não podia mais ter à frente do Ministério do Meio Ambiente alguém que, de forma intencional e deliberada, agia contra a própria pasta e estava trazendo graves danos ao País. Mas mudar o ministro não garante que o Governo Bolsonaro mudará seu projeto antiambiental nefasto e que vem sendo dolosamente implementado”, salienta o Greenpeace, em nota.
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Para a organização, por um lado, a sociedade civil recebe com alívio o pedido de demissão do ministro, após diversas investigações de desvio de finalidade de sua função, confirmando aquilo que vem sendo denunciado desde o início do mandato do ministro. “Por outro, é evidente que a troca de peças por si só não deve mudar a estratégia do governo, agora com o novo ministro Joaquim Álvaro Pereira Leite, antigo membro da Sociedade Rural Brasileira (SRB), até então subordinado de Salles e aliado aos interesses do agronegócio”, reforçou.
O Greenpeace continua destacando que, na mesma hora em que Salles deixava seu cargo, a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania, presidida pela governista Bia Kicis, deu sua demonstração de desrespeito à democracia, à Constituição Federal, aos povos indígenas e à sociedade brasileira, e aprovou, sem debate e às pressas, o PL 490/2007, que praticamente inviabiliza demarcações de Terras Indígenas e escancara os territórios para atividades econômicas predatórias.
“A saída de Salles foi tardia, mas necessária. Entretanto, a estratégia do governo para a agenda ambiental não deve mudar e, de mãos dadas com o legislativo, vão seguir tentando avançar na desregulamentação da proteção ambiental e dos povos indígenas”, finaliza a entidade.
‘Cerco se fechou’
Salles foi exonerado do cargo nesta quarta-feira, 23, em meio às pressões que ele vinha passando no cargo, por conta das investigações do Supremo Tribunal Federal (CTF) contra ele. Para a porta-voz de Políticas Públicas do Greenpeace, Thais Bannwart, o pedido de demissão do agora ex-ministro é reflexo do cerco que se fechou ao redor dele, justamente, por conta das investigações em andamento.
“O pedido de demissão de Salles é reflexo do cerco que se fechou ao seu redor, por diversas investigações em andamento contra as ações do então ministro, que deliberadamente atentava contra a própria pasta, tornando insustentável se manter no cargo”, realça Thais.
A porta-voz diz ainda que a saída de Salles foi tarde, mas necessária. “Entretanto, a estratégia do governo para a agenda ambiental não deve mudar e, junto com o legislativo, eles devem seguir tentando avançar na desregulamentação da proteção ambiental e dos povos indígenas, a exemplo da aprovação na CCJ do PL 490, mesmo com forte rejeição dos povos indígenas e da sociedade nesta mesma tarde”, finalizou.
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