Greta Thunberg critica promessa sustentável de Bolsonaro após corte de 24% das verbas ambientais

Na quinta-feira, presidente prometeu dobrar recursos para combater o desmatamento ilegal, mas, no dia seguinte, foi divulgado um corte no orçamento ambiental (Jonathan Nackstrand)

Com informações do O Globo

RIO DE JANEIRO – A ativista sueca Greta Thunberg disse nesse sábado que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) não está “levando a sério” a questão climática, após o governo cortar a verba destinada ao meio ambiente. Greta, de 18 anos, compartilhou no Twitter uma reportagem do jornal britânico The Guardian sobre o corte orçamental de Bolsonaro, divulgado um dia após suas promessas na Cúpula dos Líderes sobre o Clima e sobre dobrar os recursos para combater o desmatamento ilegal.

“‘Bolsonaro aprovou um corte de 24% no orçamento ambiental para 2021 em comparação ao nível do ano anterior apenas um dia após prometer aumentar os gastos no combate ao desmatamente’. Opa… é quase como se nossos ‘líderes climáticos’ não estivessem levando isso a sério”, escreveu Greta.

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Em seu discurso na cúpula, na quinta-feira, Bolsonaro prometeu duplicar o orçamento de órgãos ambientais destinado a ações de fiscalização, como parte do esforço para acabar com o desmatamento ilegal até 2030, o que é um objetivo assumido pelo Brasil em 2015 no Acordo de Paris.

“Há que se reconhecer que será uma tarefa complexa (zerar desmatamento). Medidas de comando e controle são parte da resposta. Apesar das limitações orçamentárias do governo, determinei o fortalecimento dos órgãos ambientais do governo, duplicando os recursos destinados às ações de fiscalização”.

No entanto, como publicou o Blog da Malu Gaspar, na sexta-feira, um levantamento do Instituto Nacional de Orçamentos Públicos sobre as rubricas da peça orçamentária mostrou que o corte de recursos no Ministério do Meio Ambiente foi de R$ 240 milhões, ou 35% do total programado inicialmente para a pasta a título de despesas discricionárias. Até verba carimbada para o combate ao desmatamento foi vítima da tesoura.

Essa não foi a primeira crítica de Greta a Bolsonaro. Na segunda-feira, a ativista afirmara que o presidente falhou em tomar medidas necessárias para “proteger as presentes e futuras condições de vida para a humanidade” durante uma coletiva da Organização Mundial da Saúde (OMS), da qual ela fora convidada.

Anteriormente, em dezembro de 2019, o presidente brasileiro chamou Greta de “pirralha”, após a ativista sueca ter dito em uma rede social que “os povos indígenas estão literalmente sendo assassinados por tentar proteger a floresta do desmatamento ilegal” e que é “vergonhoso que o mundo permaneça calado sobre isso”. Na ocasião, ela reagira à morte de dois indígenas guajajara no Maranhão.

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