Grupo de protetores dos animais cria observatório para enfrentamento da Esporotricose no AM

Em dezembro de 2020, quando os primeiros registros de Esporotricose foram confirmados, apenas a Zona Oeste de Manaus possuía animais infectados (Reprodução/Internet)
Da Revista Cenarium*

MANAUS – A capital do Amazonas e os municípios da região metropolitana de Manaus vivem um surto epidêmico da Esporotricose, uma zoonose causada pelo fungo Sporothrix e que causa micoses cutâneas profundas em gatos e outros animais, incluindo humanos. Diante da proliferação descontrolada da doença, um grupo de atores sociais, de diferentes áreas, engajados na causa animal, criou o Observatório Esporotricose Amazonas para sugerir e incitar o aperfeiçoamento no enfrentamento à doença pela gestão pública.

“Os casos de Esporotricose só vêm aumentando e já chegaram na maioria dos bairros da capital, inclusive, no interior. Não sabemos, oficialmente, quantos animais estão infectados, por isso, criamos o Observatório e lançamos um formulário on-line para ser preenchido por tutores, protetores de animais e qualquer cidadão interessado em ajudar a quantificar a disseminação dessa zoonose entre felinos de rua e domiciliados”, explica a ativista ambiental e bióloga Erika Schloemp, membro do Observatório.

‘Os animais não são culpados, mas sim, vítimas desse fungo’, reforça a ativista ambiental e bióloga Erika Schloemp (Divulgação/Assessoria)

Acessando a plataforma no Google Forms ou por meio do perfil, no Instagram @esporotricose_amazonas, qualquer pessoa que já tenha avistado, identificado ou tratado de um gato com Esporotricose pode preencher e repassar informações importantes para o controle da zoonose, como o status de vida do animal – se vivo ou em óbito, a localização por bairro e rua, se o gato vive nas ruas ou dentro de uma residência ou abrigo, se o felino fez tratamento contra a Esporotricose e também enviar uma foto dele.

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Um levantamento prévio feito pelo Observatório Esporotricose AM já verificou a ocorrência de gatos doentes em Itacoatiara, Iranduba, Presidente Figueiredo e, na capital, em bairros de todas as zonas da cidade: Santo Antônio, Compensa, Vila da Prata, Glória, Ponta Negra, Nova Esperança, São Jorge, São Raimundo, Alvorada, Bairro da Paz, Dom Pedro, Redenção, Aparecida, Betânia, Centro, Petrópolis, Presidente Vargas, Distrito Industrial 1, Aleixo, Flores, São Geraldo, Parque 10 de Novembro, N. S das Graças, Parque das Laranjeiras, Cidade Nova, Lago Azul, Mundo Novo, Santa Etelvina, Armando Mendes, Gilberto Mestrinho e Coroado.

Em dezembro de 2020, quando os primeiros registros de Esporotricose foram confirmados, apenas a Zona Oeste de Manaus possuía animais infectados, o que demonstra o alastramento acelerado da doença. Nesta sexta-feira, 24, durante 1° Fórum Municipal de Zoonoses com Foco em Esporotricose, realizado pela Prefeitura de Manaus, a Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) divulgou o número de 535 casos positivos de Esporotricose avaliados no Centro de Controle de Zoonoses (CCZ).

Segundo Erika Schloemp, membro do Observatório, o dado divulgado pela Prefeitura é subnotificado, pois não inclui animais atendidos em clínicas particulares ou aqueles em situação de rua. “Nós acreditamos que o número seja muito maior, por isso, estamos nos mobilizando e convidando tutores e protetores da capital e do interior a preencherem o nosso formulário e contribuírem com a quantificação dessa doença. Lembrando que os animais não são culpados, mas sim, vítimas desse fungo”, reforça a ativista ambiental e bióloga.

(*) Com informações da assessoria
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