Guardas municipais envolvidos em tortura são alvo de operação em Manaus
Por: Cenarium*
01 de maio de 2025
MANAUS (AM) – O Ministério Público do Estado do Amazonas (MPAM), com apoio operacional da Polícia Civil do Estado do Amazonas (PC-AM), deflagrou a “Operação Valentia“, direcionada a seis dos sete guardas municipais envolvidos em um episódio de espancamento de um homem algemado, dentro de um prédio abandonado no Centro de Manaus, no último dia 12 de abril.
Dos seis mandados de prisão, foram cumpridos três, até o momento, segundo o promotor de Justiça Armando Gurgel Maia O fato, apesar de ocorrido em 12 de abril, só foi amplamente disseminado no dia 24 do mesmo mês, via aplicativos de mensagens e redes sociais, bem como divulgado na mídia local e nacional.
“Trata-se de um episódio, registrado em vídeo, de uma pessoa imobilizada com os braços para trás, sendo agredida por um guarda municipal com diversos golpes de bastão. No mesmo contexto, outros guardas municipais também foram filmados”, informou o promotor, destacando que ainda foram dados cumprimentos a mandados de busca e apreensão, totalizando 14 mandados judiciais, com a colaboração da PC-AM.
O episódio
Um sétimo guarda já foi preso pela PC-AM, no sábado, 26, apontado como o responsável pelas agressões filmadas no vídeo. Francisco das Chagas Eugênio de Araújo se apresentou no 24º Distrito Integrado de Polícia (DIP) após um mandado ter sido expedido em seu nome.
O mandado de prisão preventiva foi assinado pela juíza Patrícia Macedo De Campos, da Central de Plantão Criminal. Apesar de deferir o pedido de prisão, a magistrada não acatou o pedido de suspensão do cargo público, conforme consta em documento ao qual a CENARIUM teve acesso.

Entenda o caso
O vídeo que ganhou repercussão nas redes sociais mostra um agente da Guarda Municipal de Manaus (GMM) agredindo um homem com cassetete, em um prédio abandonado localizado na Rua Gabriel Salgado, no Centro, Zona Sul da cidade.
Nas imagens, gravadas no último dia 12 de abril, aparecem sete guardas municipais, dos quais um conduzia as agressões, enquanto outro filmava e os demais assistiam sem intervir. “Tu só vai apanhar”, diz o agente à vítima ao desferir os golpes, ao que o homem responde “não fui eu”, repetidas vezes, enquanto grita de dor, com os braços amarrados.
“Vai apanhar até umas horas”, diz outro agente. Após a sessão de violência, o guarda responsável pela agressão afirma: “Descansa aí. Vai tomar outro pau”, e completa: “Mais uma rodada”.