Luciana Bezerra – Da Revista Cenarium
MANAUS – O cineasta, historiador, tradutor e educador da cultura indígena guarani, Alberto Alvares, de 37 anos, postou em suas redes sociais, nesse domingo, 4, que uma de suas produções, o curta-metragem “Guardiões da Memória”, atravessou as fronteiras tupiniquins e foi selecionado para participar do Festival de Cinema Anarquista de Nova York, que aconteceu em setembro passado. A edição do festival, este ano, foi virtual em decorrência da pandemia do novo Coronavírus.
A produção foi gravada em cinco aldeias guarani do estado do Rio de Janeiro, em 2018 e narra o cotidiano das lideranças indígenas da etnia guarani sobre os rituais, rezas, espiritualidade e as tradições que circulam entre os índios Tekoa por diversas gerações.
Em entrevista à REVISTA CENARIUM, nesta segunda-feira, 5, o cineasta disse que não esperava que uma de suas produções seria selecionada para participar da amostra de cinema de Nova York, ainda este ano.
“Quando uma das minhas produções participa de festivais de cinema, principalmente internacionais, me alegra muito e afirma que estou no caminho certo de contar a história do meu povo e dividir o conhecimento da minha cultura com o mundo. Assim, as pessoas podem entender um pouco quem são os guaranis e como preservam sua cultura e os costumes de seus antepassados”, enfatiza o cineasta.
Alberto destaca ainda a importância do audiovisual na vida das pessoas. Segundo o cineasta, por meio das telas, as histórias de um povo e de uma cultura podem ser revistas e repassadas de geração para geração.
Sobre o cineasta
Alberto Alvares é cineasta indígena da etnia Guarani Nhandewa, nascido na aldeia de Porto Lindo, Mato Grosso do Sul, na fronteira com Paraguai. É também ator, professor e tradutor de Guarani. Mora no interior do Estado do Rio de Janeiro desde 2010, com a mulher e os cinco filhos, período em que começou a se dedicar ao audiovisual como realizador e formador.
Graduado em licenciatura intercultural para educadores indígenas pela Faculdade de Educação de Minas Gerais (UFMG), foi professor de audiovisual na formação de cineastas indígenas em Biguaçu, em SC, em Paranhos, no MS, no projeto da série televisiva Amanajé, o mensageiro do futuro e no projeto Inventar com a Diferença, da Universidade Federal Fluminense (UFF), em Niterói, no Rio de Janeiro.
Em agosto, a REVISTA CENARIUM fez uma matéria especial sobre o cineasta. Para ler a matéria na íntegra clique aqui.
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