Crise na Ucrânia expõe ‘racha’ no Governo Bolsonaro e não ajuda Lula


25 de fevereiro de 2022
Crise na Ucrânia expõe ‘racha’ no Governo Bolsonaro e não ajuda Lula
Presidenciáveis podem se prejudicar por conflito no Leste Europeu Foto: Divulgação

BRASÍLIA – Como efeito eleitoral interno, até aqui, a crise na Ucrânia vem produzindo desgaste na imagem dos primeiros colocados nas pesquisas que avaliam a corrida eleitoral à presidência. A desastrada nota, publicada e depois apagada das redes da bancada do PT, no Senado, culpando os EUA e defendendo a Rússia pela guerra na Ucrânia causou irritação e preocupação no entorno de Lula.

Irritação por ter sido publicada à revelia e no sentido contrário das manifestações do partido e do ex-presidente. Preocupação porque expõe um dos pontos fracos de Lula: a ideologização da política externa por setores do PT.

Contraproducente

Já no Governo de Jair Bolsonaro, as vozes sobre a guerra da Ucrânia têm sido dissonantes, com o presidente desautorizando o seu vice, Hamilton Mourão (PRTB). O general saiu em defesa de uma ação enérgica militar contra a Rússia, enquanto Bolsonaro ‘passa pano’ para Vladimir Putin, atendendo a orientação do Itamaraty, segundo a qual é contraproducente disparar críticas contra Moscou. Diplomatas dizem ainda que um discurso mais agressivo contra Putin é algo que as grandes potências podem se permitir; o Brasil não.

Terceira via opina

Sergio Moro disse que repudia “a guerra e a violação da soberania da Ucrânia. A paz sempre deve prevalecer.” João Doria condenou a invasão e o uso da violência em lugar do diálogo. E Simone Tebet também veio com discurso moderado, alegando que “o mundo precisa ainda mais de paz, neste momento de pandemia”, e provocou o governo federal ao dizer ser “preciso deixar claro que o nosso respeito é à soberania e aos princípios de não intervenção territorial”. Já Ciro Gomes foi mais prático: “precisamos nos preparar para os efeitos da guerra” e chamou o governo de “perdido”.

Volatilidade do petróleo

Fontes na Petrobras disseram à coluna Via Brasília que preferem aguardar o desenrolar da guerra entre Rússia e Ucrânia e seus possíveis desdobramentos no setor de óleo e gás antes de repassar as flutuações para as refinarias. Como já vinha fazendo informalmente, a estatal pretende segurar reajustes imediatos se equilibrando entre cotação do dólar e preço do barril. Com dólar um pouco mais baixo, integrantes da petroleira entendem que é possível amortecer a alta do petróleo, que já ultrapassou a cotação de US$ 100.

O que você achou deste conteúdo?

VOLTAR PARA O TOPO
Visão Geral de Privacidade

Este site usa cookies para que possamos oferecer a melhor experiência de usuário possível. As informações dos cookies são armazenadas em seu navegador e executam funções como reconhecê-lo quando você retorna ao nosso site e ajudar nossa equipe a entender quais seções do site você considera mais interessantes e úteis.