Há três dias, indígenas Kayapó ocupam sede da Norte Energia no Pará


Por: Fabyo Cruz

28 de novembro de 2024
Há três dias, indígenas Kayapó ocupam sede da Norte Energia no Pará
Indígenas Kayapó ocupam sede da Norte Energia (Kubekàkre Mebēngôkré/Floresta Protegida/Divulgação)

BELÉM (PA) – Há três dias, mais de 70 indígenas da etnia kayapó ocupam a sede da Norte Energia em Altamira, no Sudoeste do Pará. A mobilização segue nesta quinta-feira, 28, e exige a renovação das condicionantes ambientais relacionadas à usina hidrelétrica de Belo Monte, operada pela empresa desde a privatização da Eletrobras em 2022, durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Representados pelo Instituto Kabu e pela Associação Floresta Protegida, os kayapós reivindicam a continuidade do financiamento de projetos em terras indígenas, medida compensatória pelos impactos ambientais causados pela hidrelétrica. Entre as ações ameaçadas estão a coleta de castanhas e cumaru em áreas remotas e o monitoramento contra práticas ilegais, como garimpo, desmatamento, pesca e caça predatória.

Reajuste recusado

O último contrato, encerrado em 2023, previa um investimento de R$ 15 milhões ao longo de cinco anos. Agora, os kayapós solicitam um reajuste para R$ 19 milhões no novo acordo, justificando o aumento pela intensificação dos impactos ambientais e pela necessidade de reforçar a proteção territorial diante da escalada de invasões.

Segundo os indígenas, a Norte Energia, que possui faturamento bilionário, rejeitou a proposta apresentada. Desde o vencimento do contrato em fevereiro de 2023, nenhum novo acordo foi firmado, deixando as comunidades sem os recursos essenciais para a preservação de seus territórios.

Os indígenas afirmam que permanecerão acampados na sede da empresa até que as negociações avancem e o contrato seja renovado, garantindo a continuidade das ações de compensação ambiental e a proteção de seus territórios.

Impactos acumulados

Os kayapós denunciam que os impactos ambientais gerados pela usina se agravaram ao longo dos anos, exigindo maior mobilização e investimentos. Além disso, parte das atividades de preservação ambiental é financiada por outras fontes, como projetos independentes e ONGs, mas isso não é suficiente para atender às demandas.

Sem respostas

A CENARIUM questionou a Norte Energia sobre o caso. A empresa informou que não irá se manifestar.

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