Histórico familiar e câncer de mama são fatores de risco para as neoplasias malignas de ovário

A mutação nos genes ficou conhecida a partir do episódio envolvendo a atriz americana Angelina Jolie (Reprodução/Assessoria)

Com informações da assessoria

MANAUS – Mulheres com alterações nos genes BRCA1 e BRCA2 têm mais chances de desenvolverem os cânceres de mama e de ovário, com 80% e 60% de riscos, respectivamente. Em geral, as duas neoplasias malignas são consideradas fatores de risco uma para outra. Sendo assim, mulheres que tiveram câncer de mama estão mais pré-dispostas geneticamente a desenvolverem o câncer de ovário, e vice-versa, explica o vice-presidente da Liga Amazonense Contra o Câncer (Lacc), mastologista Jesus Pinheiro.

A mutação nos genes ficou conhecida a partir do episódio envolvendo a atriz americana Angelina Jolie, que após teste para identificar a presença da alteração decidiu por uma cirurgia de retirada e posterior reconstrução das mamas, reduzindo as chances de desenvolver os dois tipos de câncer. No caso dela, a probabilidade de ter a doença até os 50 anos era de mais de 80%.

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Neste mês de maio, quando se desenvolvem campanhas voltadas à conscientização da importância do rastreio dos tumores malignos de ovário, Jesus Pinheiro explica que a alteração é a mais agressiva entre os tumores malignos ginecológicos e destaca que os fatores de risco devem ser observados nas faixas-etárias indicadas, de modo a buscar sempre o diagnóstico precoce. Ambos os cânceres são mais comuns a partir dos 50 anos.

De acordo com Pinheiro, as alterações consideradas hereditárias, como as mutações genéticas, são aquelas transferidas, por exemplo, de mãe para filha. Por isso, se há casos desses dois tipos de câncer na família, tanto do lado paterno quanto materno, o histórico familiar pode ser considerado um fator de risco.

Outros fatores que podem influenciar no aparecimento do câncer de ovário, são: terapias hormonais pós-menopausa, tratamento para fertilidade, histórico reprodutivo (mulheres que deram à luz após os 35 anos têm mais probabilidade de desenvolver a doença), idade e obesidade (a obesidade está relacionada diretamente a alterações na produção hormonal), alcoolismo e tabagismo, uso de talco na região genital (alguns estudos sugerem evidências) e idade.

Câncer de mama

No caso do câncer de mama, 80% dos diagnósticos incluem-se na categoria dos carcinomas ductais, que se desenvolve dentro do ducto mamário. Os demais são mais raros, como os lobulares, os quais acometem os lóbulos mamários, integrantes da estrutura da mama. Esses, por sua vez, são, em sua maioria, esporádicos, derivados de diversas exposições ambientais, por exemplo. Apesar disso, uma pequena parte decorre também de mutações nos genes.

Câncer de ovário

“Já o câncer de ovário oriundo de mutações, ocorre a partir de alterações nas células epiteliais glandulares, as quais revestem o órgão“, explicou. Por ocorrer na parte interna do ovário, não apresenta sintomas na fase inicial. Segundo Jesus Pinheiro, o rastreio, a partir de check-up médico e exames de imagem, podem apontar, por exemplo, um aumento de tamanho do ovário, o que pede uma investigação mais aprofundada. Ambos os cânceres podem ser tratados com cirurgia, quimioterapia/anticorpos monoclonais, radioterapia ou com a associação de duas ou mais modalidades terapêuticas.

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