‘Hoje eu tenho 10% de mim dentro do Supremo’, diz Bolsonaro sobre Nunes Marques

O presidente Jair Bolsonaro cumprimenta o ministro Nunes Marques, durante sua posse no STF (Marcos Corrêa/Presidência/5-11-2020)

Com informações do InfoGlobo

BRASÍLIA — O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta terça-feira que tem “10%” dele dentro do  Supremo Tribunal Federal (STF) por ter indicado o ministro Kassio Nunes Marques para compor a Corte.

“Eu indiquei um (ministro) para o Supremo. Vamos desconsiderar o presidente, que só em caso extremo que tem uma participação mais ativa lá. São 10 que decidem lá. Hoje eu tenho 10% de mim dentro do Supremo”, disse Bolsonaro, durante entrevista ao Jornal da Cidade Online.

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Bolsonaro disse que não “manda” voto do ministro, mas afirmou que era o melhor nome que ele poderia apresentar ao Senado:

“Não é que eu mande no voto do Kassio, não é que eu mande no voto dele, mas o que eu podia apresentar naquele momento para o Senado, quem bota no Supremo não sou eu, quem bota é o Senado, era o Kassio”, declarou.

Em seguida, o presidente afirmou que Nunes Marques tem pedido vista em processos que envolvem causas conservadoras para evitar derrotas. O pedido de vista é instrumento utilizado quando um ministro quer mais tempo para analisar a ação.

“Quando se fala em pautas conservadoras, ele já pediu vista de muita coisa que tem que a ver com conservadorismo. Porque, se ele apenas votasse contra, ia perder por 8 a 3, ou 10 a 1. A gente não quer perder por 8 a 3 ou 10 a 1. A gente quer ganhar o jogo ou empatar. Ele está empatando esse jogo”, pontuou.

Nunes Marques foi a primeira indicação de Bolsonaro ao STF, realizada no ano passado. Em julho deste ano, o presidente fez a sua segunda indicação, o ex-ministro André Mendonça. Entretanto, a indicação ainda não andou no Senado.

Na mesma entrevista, Bolsonaro afirmou que o presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, Davi Acolumbre (DEM-AP), não coloca a indicação em votação porque “quer outro nome”. O presidente disse, contudo, que não irá desistir de Mendonça.

“Agora indiquei um, que é um compromisso meu, um evangélico. Está dando para quatro meses que não entra na pauta para a sabatina. O que está acontecendo? O presidente da Comissão de Constituição e Justiça não é simpático a esse nome. E como ele não é simpático a esse nome, ele quer outro nome. Agora, eu não tenho como fugir do nome do André”, concluiu.

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