Michelle Portela
BRASÍLIA – A capital do Amazonas, Manaus, ganhará um novo hospital de campanha federal com mais 400 leitos para ser instalado no Hospital Delphina Aziz, na zona Norte da cidade, que passou a ser centro de referência no combate ao novo Coronavírus, causador da Covid -19.
A informação foi dada pela secretária de Saúde do Amazonas, Simone Papaiz, durante reunião técnica sobre a situação do Estado no combate à pandemia, realizada nesta quarta-feira, 23. “Há dificuldade na compra de equipamentos, mas estamos de recebendo doações muito importantes para suprir a demanda”, explicou. O hospital de campanha será instalado no estacionamento do Delphina Aziz.
O deputado federal Marcelo Ramos (PL) disse que há grande preocupação da bancada do Amazonas com a expansão do Covid-19 para o interior do Estado, já que não há leitos de UTI ou medicos intensivistas atuando nos municípios. “Precisamos de um plano claro de barreira sanitaria para impedir que o virus chegue aos 29 minicípios do Estado que ainda não apresentam casos da doença”.
“O problema do interior não é o amanhã, o problema do Amazonas é hoje. Não podemos mais esperar para estruturar os municípios polos, ainda mais com o desafio dos povos tradicionais”, disse o deputado federal Silas Câmara.
“Perderemos muitos com o fim do [programa] Mais Médicos nos municípios do interior do Estado”, ressaltou o senador Omar Aziz (PSD), ao afirmar que a questão da falta de recursos na região deve se agravar.
Desespero
O presidente do Conselho Regional de Medicina do Amazonas, José Bernardes Sobrinho, ressaltou que o problema mais importante é a garantia do isolamento social. “Conheço um paciente positivo que mora com três pessoas no mesmo cômodo. Infelizmente, entre os pobres, o isolamento tem ajudado a disseminar a doença”.
Bernardes disse que enviou ofício ao secretário de segurança pedidno maior segurança aos médicos e outros profissionais de saúde nas unidades de atendimento localizads nos bairros da cidade. “São profissionais que estão sendo ameaçados verbal e fisicamente”, disse.
Já o presidente do Conselho Regional de Enfermagem do Estado ressaltou que os profissionais começaram a apresentar quadros de estresse e depressão devido à tensão no sistema de saúde. “Precisamos de contratação de três a cinco mil profissionais de enfermagem para enfrentar essa guerra que enfrentamos”, disse.
“O Estado do Amazonas não está abandonado, seja por parte da Câmara e do Senado”, disse o deputado Luiz Antonio Teixeira, durante a reunião.