Hospital em Belém concentra atendimentos complexos e urgentes a pacientes indígenas


09 de agosto de 2024
Hospital em Belém concentra atendimentos complexos e urgentes a pacientes indígenas
Idosa indígena recebe atendimento médico em hospital em Belém (Reprodução/HRAS)
Fabyo Cruz – Da Cenarium

BELÉM (PA) – Com a falta de atendimentos complexos e urgentes no interior do Pará, esses serviços concentram-se em Belém. O Hospital Regional Dr. Abelardo Santos (HRAS), na capital paraense, registrou 232 atendimentos a pacientes indígenas, no período de janeiro a julho de 2024. Durante o ano de 2023, foram contabilizados 138 serviços, o que mostra um aumento de, aproximadamente, 68,12% em comparação ao total de assistências do ano anterior.

A maioria dos atendidos correspondem às etnias Tembé, Assurini, Amanayé e Munduruku. A maior parte da demanda é de indígenas adultos, pacientes renais, e crianças com quadro respiratório elevado, afirma a coordenadora do Núcleo de Qualidade e Segurança do Paciente (NQSP) do HRAS, Hellen Monteiro.

Monteiro explica que, antes de ser encaminhado ao hospital, cada paciente recebe atendimento primário em sua cidade de origem. Como os municípios não possuem serviços adequados para casos de “grande complexidade” ou “urgentes”, os indígenas são encaminhados ao Hospital Regional Dr. Abelardo Santos.

Indígena em atendimento médico no HRAS (Reprodução/HRAS)

“A grande maioria dos pacientes vêm de aldeias do interior do Estado, alguns são Warao, que habitam em Belém. Suas famílias ficam alojadas na Casa de Apoio à Saúde Indígena (Casai), enquanto o paciente recebe o atendimento”, contou Monteiro.

A coordenadora afirma, ainda, que o crescimento nos atendimentos deve-se após a assinatura do Incentivo para a Atenção Especializada aos Povos Indígenas (IAE-PI), do Ministério da Saúde (MS). Mais de 300 etnias estão registradas no sistema do HRAS, que cumpre 11 requisitos exigidos pelo IAE-PI.

No setor destinado ao atendimento de indígenas, o paciente Bep Kaprin Xikrin ressaltou o atendimento universal disponibilizado pelo HRAS. “Sem distinção. O tratamento é igual para todos, e estou melhorando a cada dia”, relatou. Ireprin Xikrin Gavião acompanha Bep Kaprin Xirin e assegura que se sente acolhida no hospital. “Pedi uma rede para que pudesse me deitar, e prontamente tive meu pedido atendido”, conta Ireprin.

Paciente indígena (Reprodução/HRAS)

Desde fevereiro deste ano, a indígena Domingas Tembé Ramos, de 71 anos, realiza hemodiálise três vezes por semana no HRAS. “Todas as terças e quintas-feiras, além do sábado, estou por aqui para me cuidar e ser cuidada. Muitos já me conhecem e me tratam com todo respeito, o que tem feito eu me sentir melhor a cada dia”, declara Domingas.

Estrutura e atendimento

A unidade se destaca pelo atendimento a mulheres e crianças, oferecendo serviços em quatro áreas pediátricas: pronto-socorro, cirurgia, internação clínica e Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Além disso, proporciona acolhimento em unidades de Cuidados Intermediários. A pediatria do HRAS conta com 10 leitos na UTI, 25 leitos na clínica pediátrica e um pronto-socorro infantil, disponível 24 horas por dia.

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Editado por Adrisa De Góes

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