Ibama destrói últimos garimpos ativos na TI Kayapó após 75 dias de operação


Por: Fernanda Ribeiro

15 de julho de 2025
Ibama destrói últimos garimpos ativos na TI Kayapó após 75 dias de operação
Ibama inutiliza maquinário usado em garimpo ilegal na TI Kaiapó, no Pará (Reprodução/Ibama)

MANAUS (AM) – O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) conseguiu alcançar e inutilizar os últimos pontos de garimpo ativos na Terra Indígena (TI) Kayapó, no Estado do Pará, conforme anunciou a instituição nessa segunda-feira, 14. A megaoperação de desintrusão teve duração de 75 dias.

Com apoio aéreo, o Ibama conseguiu alcançar e inutilizar os últimos pontos de garimpo ativos no território Kayapó. A operação resultou na destruição de 117 acampamentos clandestinos, 358 motores de garimpo, 25 escavadeiras hidráulicas, 8 dragas e 21.330 litros de óleo diesel. No total, foram realizadas 619 ações de campo.

Coordenada pela Casa Civil do governo federal, a intervenção contou com outros sete órgãos: Ministério dos Povos Indígenas (MPI), Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Polícia Federal (PF), Força Nacional de Segurança Pública (FNSP), Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam) e Exército Brasileiro (EB).

Área de garimpo na Terra Indígena Kayapó em 2018 (Felipe Werneck/Arquivo/Ibama)
Frentes de combate

Em 9 de julho, o órgão divulgou ações de fiscalização que atenderam a denúncias de extração ilegal de madeira na Terra Indígena Parque do Xingu, no Mato Grosso, e de garimpo ilegal que poluía um rio em terra indígena no Pará.

No Xingu (MT), imagens de satélite confirmaram a exploração florestal para serrarias em Alta Floresta (MT). A equipe do Ibama inutilizou três tratores, uma pá carregadeira e dois caminhões usados na atividade.

Já no Pará, uma denúncia levou à confirmação de garimpos ilegais próximos à Terra Indígena Menkragnoti, poluindo o Rio Pixaxa. As lavras usavam mercúrio metálico e cianetação, técnica altamente tóxica. A operação inutilizou uma escavadeira hidráulica, uma caminhonete, seis motores estacionários e apreendeu 1 kg de mercúrio metálico, uma substância de alto potencial contaminante.

Balanço recente

Nos meses de junho e julho, incluindo a ação na Terra Indígena Kayapó divulgada nessa sgeunda-feira, o Ibama realizou diversas operações cruciais, sendo que a maioria pelo menos sete das nove publicadas em seu site oficial ocorreu dentro de terras indígenas.

Essas ações incluem a destruição de pistas, aeronaves e acampamentos, além do fechamento de rotas de garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami, por meio das operações “Asfixia” e outras frentes que desmantelaram novas áreas de garimpo no sul do Amazonas. Também houve a apreensão de 620 kg de cassiterita extraída da TI Yanomami e o reforço no combate ao garimpo ilegal na TI Sararé e na TI Kayabi, onde 23 balsas foram destruídas.

Adicionalmente, uma oficina focada na recuperação ambiental foi abordada na Terra Indígena Yanomami, e o Ibama recebeu um investimento substancial do Fundo Amazônia para fortalecer a fiscalização em toda a Amazônia Legal.

Essas intervenções constantes são cruciais para combater a fragilidade dos territórios indígenas, que se tornam alvos da degradação ambiental e de outras atividades ilícitas. A vigilância contínua dos órgãos ambientais, aliada à participação da sociedade por meio de denúncias, é fundamental para assegurar a proteção dessas áreas e o bem-estar dos povos originários.

Leia mais: Ibama amplia fiscalização contra desmatamento e ramais ilegais na BR-319
Editado por Adrisa De Góes

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