Ideb: apenas três Estados do Norte atingem metas estabelecidas para séries iniciais do nível fundamental
20 de agosto de 2024
Criado em 2007, o Ideb é o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Composição: Weslley Santos/CENARIUM)
Ana Claudia Leocádio – Da Cenarium
BRASÍLIA (DF) – Dos sete Estados da Região Norte, apenas o Acre, Amazonas e Pará conseguiram superar as metas estabelecidas para as séries iniciais do Ensino Fundamental (1º ao 5º ano) pelo Índice de Desenvolvimento da Educação Básica 2023 (ldeb), divulgado pelo Ministério da Educação (MEC). Isso contribuiu para que a região não atingisse a meta estipulada para esse segmento, de 5,3, ficando com a média de 5,2.
Nos anos finais (6º ao 9º ano), apenas a rede amazonense alcançou o resultado almejado, enquanto no Ensino Médio, todos ficaram bem abaixo dos objetivos estipulados para cada um, no ciclo 2007-2021.
De acordo com os resultados do Ideb divulgados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), em 2023, o Amazonas alcançou 5,7 pontos nas séries iniciais do Ensino Fundamental (1º ao 5º ano). A meta para o período era de 5,4, que também foi a nota do índice de 2021. Isso fez o Estado ter o melhor desempenho entre os sete nesse segmento, superando a meta em 0,3 pontos.
O Acre, que tinha uma meta de 5,7 para os alunos do primeiro ciclo do Ensino Fundamental, conseguiu a nota de 5,8, ficando 0,1 ponto acima do objetivo almejado. A melhora do desempenho do Estado atingiu em 0,3 pontos em comparação a 2021, quando alcançou 5,5.
O mesmo ocorreu com o Pará, que também ficou 0,1 acima da meta 5, ao conseguir a nota 5,1 no Ideb de 2023. As escolas paraenses também apresentaram uma pequena melhora em relação a 2021 e 2019, quando tiraram 4,9 no Ideb, no primeiro ciclo.
Alunos do Ensino Fundamental 2 durante aula (Divulgação)
Os Estados do Amapá e Roraima foram os que tiveram a maior diferença entre a meta estipulada e a nota computada no Ideb. As escolas amapaenses tiraram 5, quando o objetivo estipulado era 5,4, enquanto as escolas roraimenses tinham como meta 5,9, mas alcançaram apenas 5,5. No caso do Amapá, houve uma ligeira melhora em relação ao Ideb de 2019 e 2021, quando o Estado registrou nota de 4,9. Roraima, por sua vez, teve queda no desempenho, pois tinha nota maior (5,7) em 2019.
Rondônia e Tocantins compartilhavam da mesma meta de 5,6, que coincidia com a nota que ambos alcançaram no Ideb de 2019. Enquanto as escolas rondonienses tiraram 5,4, as unidades de Tocantins conseguiram 5,3, ficando 0,3 pontos atrás do objetivo estipulado pelo MEC. A meta nacional das séries iniciais, que era a nota 6, foi alcançada em 2023.
Anos finais (6º ao 9º ano)
Quanto aos anos finais do Ensino Fundamental (6º ao 9º ano), dos sete Estados da Região Norte, apenas o Amazonas conseguiu atingir a meta, que era a mais baixa entre todos, de 4,8. Mesmo na meta nacional, as escolas ficaram aquém do objetivo final que era de 5,5, encerrando a avaliação com nota 5. A Região Norte deveria atingir 5,2, mas fechou em 4,6.
O pior desempenho foi do Amapá, com a diferença de 1,2 pontos entre a meta estipulada (5,5) e a nota computada no Ideb 2023 (4,3). Ainda assim, o resultado apresentou pequena melhora em relação às duas avaliações anteriores, quando apresentou notas 4 e 4,1. Em seguida está Roraima, com 1,1 pontos de diferença. Enquanto a meta era de 5,4, suas escolas atingiram 4,3, um declínio se comparado ao Ideb 2021, quando a nota foi de 4,7.
O Estado do Pará também apresentou uma alta discrepância entre meta (5,3) e nota (4,4) no índice de 2023, pois repetiu o mesmo desempenho de 2021, de 4,4. O Estado do Acre obteve a mesma a nota do último Ideb, 4,8, quando o fim almejado era de 5,5 para as séries finais do Ensino Fundamental.
Após duas avaliações com médias de 4,9, o Estado de Rondônia tinha como meta para 2023 uma nota de 5,4, mas acabou fechando a avaliação abaixo, com 4,8. No caso de Tocantins, as escolas conseguiram manter o mesmo Ideb de 2021, quando registraram 4,9, mas ainda ficaram abaixo da meta de 5,4 para 2023.
Ensino Médio
Nenhum dos sete Estados da região Norte atingiu as metas para o Ensino Médio no Ideb 2023, mas o Pará foi o Estado que mais avançou neste segmento desde a última avaliação, saindo de 3,2 para uma nota de 4,4 e ficou 0,3 pontos abaixo da meta do MEC, de 4,7. O crescimento de 1,2 pontos o fez saltar da 26ª posição entre os Estados, em 2021, para o sexto lugar no ranking de 2023. A maior nota do País foi do Paraná, com 4,9. A meta nacional era de 5,2, mas só alcançou 4,3 na atual avaliação. O Norte chegou a 4,2, frente a meta de 4,7.
Em seguida, vem o Amapá, que melhorou em 0,5 pontos a nota do Ideb 2023, alcançando 3,8, em comparação a 2021, quando obteve 3,3. A nota ainda está 1,0 ponto distante da meta de 4,8 do Estado.
O Estado de Rondônia, que tinha uma meta de nota 5, acabou fechando com 4,2, um desempenho 0,1 acima de 2021, mas 0,1 ponto abaixo de 2019, pré-pandemia. O Acre conseguiu manter o mesmo índice do último Ideb (4,0), mas ainda 1,0 ponto longe da meta 5,0 estipulada pelo MEC para o Estado.
Desde 2019, o Amazonas tem elevado gradativamente o desempenho do Ideb no Ensino Médio. O Estado saiu de 3,6, em 2019, para 3,7, em 2021. Neste último, chegou a 3,8, para uma meta de 4,2, a menor definida entre os sete estados da Região Norte.
Roraima apresentou um quadro de piora em relação ao resultado nas duas últimas avaliações (2019 e 2021), quando registrou notas de 3,9. Agora, as escolas alcançaram 3,5 ante uma meta de 5,3, ou seja, uma diferença de 1,8 pontos entre objetivo e rendimento. Foi o menor desempenho entre os sete.
O Estado de Tocantins ficou a 0,7 pontos da meta de 4,9, uma vez que conseguiu a nota 4,2, em 2023, a mesma do Ideb de 2021, mas 0,1 ponto acima do desempenho de 2019, quando computou nota 4,0.
Ao apresentar os resultados do Ideb, na semana passada, o ministro da Educação, Camilo Santana, ao constatar que o País só avançou nas séries iniciais do Ensino Fundamental, falou que o MEC vai reforçar o trabalho junto aos Estados e municípios para superar as desigualdades educacionais.
“Estamos cientes do tamanho do nosso desafio para garantir uma educação pública de qualidade para todos. Por isso, estamos investindo em programas transformadores como o Pé-de-Meia e o Escola em Tempo Integral”, declarou na ocasião.
O que é o Ideb
Criado em 2007, o Ideb é o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica, uma medida formada pelos resultados referentes à aprovação dos estudantes (fluxo escolar) e às médias de desempenho nas avaliações. É calculado a partir dos dados do Censo Escolar e do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb). Varia de 0 a 10, de modo que, quanto melhor o desempenho dos alunos e mais alto o número de aprovados, maior é o Ideb.
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