Imagens de satélite mostram percurso da fumaça provocada por incêndios na Amazônia


22 de agosto de 2024
Imagens de satélite mostram percurso da fumaça provocada por incêndios na Amazônia
Imagens de satélite do Inmet (Reprodução/Inmet)
Carol Veras – Da Cenarium

MANAUS (AM) – Imagens dos satélites do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), obtidas pela CENARIUM, nesta quinta-feira, 22, mostram o percurso da fumaça, oriunda das queimadas na Amazônia, sobre o País. A meteorologista do Inmet Andrea Ramos explicou à reportagem o fenômeno responsável pelo deslocamento da poluição do ar: os chamados “rios voadores”, cientificamente chamados de jatos de baixos níveis.

Os “rios” são, na verdade, correntes de vento que transportam a umidade da região amazônica e formam-se em determinados níveis da atmosfera. “Essa umidade no ar funciona como uma pluma, que se expande e interage com essas correntes de vento que percorrem pelo País”, explica a especialista à reportagem.

Dessa forma, quando os poluentes resultantes dos incêndios atingem essas correntes, também são transportados ao longo de todo continente. O Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam), indicou que, até o dia 14 de agosto, foram registrados 3.968 focos de calor em todo o Estado. O número elevado transpareceu na nuvem cinza de fumaça que cobriu Manaus no início deste mês.

Leia também: Entenda como fumaça de queimadas na Amazônia se espalha pelo País
Imagens de satélite cedidas pelo Inmet (Reprodução/Inmet)

Embora nas últimas semanas a fumaça transpareça ter dissipado, esse fato não é a indicação do fim da presença de poluentes provenientes dos incêndios florestais na atmosfera. As imagens do Inmet mostram as correntes de fumaça percorrendo o País, seguindo o trajeto dos “rios voadores” e chegando até os Estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

Qualidade do ar

A qualidade do ar em Manaus tornou a piorar no dia 10 deste mês, quando os indicadores do Sistema Eletrônico de Vigilância Ambiental (Selva) avançaram de “ruim” para “péssimo”. O forte cheiro de fumaça permaneceu durante as semanas, enquanto os números ainda indicam níveis preocupantes do ar na capital.

Organização Mundial da Saúde (OMS) sugere que a concentração anual média de partículas finas no ar não deve exceder 5 µg/m³ (microgramas por metro cúbico). No Amazonas, essa concentração atingiu 16 microgramas, o que representa três vezes o valor recomendado, como apresentam estudos da Universidade do Estado do Amazonas (UEA).

A instituição realiza o acompanhamento por meio do Selva, uma ferramenta abrangente que monitora diversas variáveis ambientais, incluindo, também, chuvas e descargas elétricas em tempo real. O sistema é desenvolvido pela UEA, por meio do Programa de Educação Ambiental sobre Poluição do Ar (EducAIR).

Leia mais: De ruim a péssima: com fumaça, qualidade do ar cai mais ainda em Manaus e internautas repercutem
Editado por Adrisa De Góes

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