Imprensa holandesa responsabiliza Países Baixos por grande parte do desmatamento na Amazônia

No relatório da WWF, áreas vermelhas mostram desmatamento no Brasil ( Reprodução/ WFF)

Caroline Viegas – Da Revista Cenarium

PAÍSES BAIXOS – A exploração e destruição do verde, principalmente na Amazônia, mais uma vez foi destaque na mídia internacional. Em matéria publicada na quarta-feira, 13, o maior jornal da Holanda, Nederlandse Omroep Stichting (NOS), responsabilizou em grande parte os Países Baixos pelo desmatamento de áreas florestais.

A publicação contém dados oficiais do World Wide Fund for Nature (WWF), Organização Não Governamental (ONG) internacional que atua nas áreas da conservação, investigação e recuperação ambiental. Um relatório produzido pelo órgão, analisou as áreas onde o desmatamento é mais grave e concluiu que dos 24 “hotspots”, onde florestas ou partes delas desapareceram, nove estão localizados na Amazônia Brasileira.

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A matéria retrata a contribuição da Holanda para o desmatamento florestal (NOS/Internet)

“Segundo a WWF, os Países Baixos desempenham um papel desproporcionalmente grande nisso. Ao importar e comercializar principalmente soja para a pecuária, os Países Baixos causam desmatamento em outros países”, diz a matéria holandesa.

A publicação destaca ainda a crítica do especialista em florestas da WWF, Van Leeuwen, que comenta sobre a Holanda investir muito na pecuária da América do Sul e ser o maior importador de soja, óleo de palma e cacau, dentro da União Europeia. “Isso faz dos Países Baixos um motor relativamente grande do desmatamento”, afirmou.

Números oficiais

No Brasil, a medição do desmate considera sempre a temporada de agosto de um ano a julho do ano seguinte por causa das variações do clima: com essa divisão do tempo, os pesquisadores conseguem levar em conta o ciclo completo de chuva e seca na Amazônia.

Com isso, na temporada de 2019-2020, a mais recente divulgada, a área desmatada na Amazônia foi de 11.088 km², de acordo com números oficiais do governo federal, divulgados pelo Inpe por meio do Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (Prodes).

Desmatamento na Amazônia bateu recorde nos alertas de desmatamento em outubro de 2020 (Reuters)

De acordo com o Inpe, trata-se de um aumento de 9,5% em relação ao período anterior (agosto de 2018 a julho de 2019), que registrou 10.129 km² de área desmatada. É a maior área desde 2008, quando o Prodes apontou 12.911 km² desmatados.

Combate europeu

Conforme a matéria, atualmente a União Europeia já está trabalhando em uma legislação para combater a exploração madeireira das florestas tropicais.

“Mais de um milhão de pessoas pediram essa lei florestal, que garante que produtos que causaram o desmatamento não possam mais entrar no mercado europeu. Muitos cidadãos alegaram: não queremos desmatamento em nosso prato”, relatou Leeuwen ao jornal europeu.

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