Ana Pastana – Revista Cenarium
MANAUS – O governador do Amazonas, Wilson Lima, anunciou em entrevista para CNN nesta quarta-feira, 6, a vinda do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, até Manaus para uma reunião de plano de logística para o processo de vacinação no Estado na próxima segunda-feira, 11.
Lima pediu prioridade para o Amazonas pela dificuldade de locomoção até os municípios. “Temos os maiores problemas logísticos para fazer com que essas vacinas cheguem nos grupos prioritários, como os indígenas por exemplo, e ainda existem comunidades que a vacina poderá demorar de 10 a 15 dias para chegar”.
Plano de vacinação
De acordo com o ministro, o início da vacinação está previsto para o dia 20 de janeiro em todo o país, a vacina será gratuita e não obrigatória, indo de acordo com a ideologia do presidente. O Brasil possui 60 milhões de seringas e agulhas nos Estados e municípios. O plano do governo é obter 2 milhões de doses da vacina e imunizar grupos prioritários em quatro etapas.
O Brasil possui 354 milhões de doses da vacina, sendo 254 milhões da parceria com a AstraZeneca/Oxford com a Fundação Oswaldo Cruz e outras 100 milhões da Coronavac, parceria da chinesa Sinovac com o Instituto Butantan.
Vacina
A CoronaVac registrou 78% da eficácia nos testes clínicos feitos no Brasil. De acordo com o Governo de São Paulo, a vacina garantiu a proteção total contra mortes, casos graves e internações nos voluntários vacinados que foram contaminados.
A taxa mínima recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pela Anvisa é de 50%, ou seja, 78% de eficácia significa proteção a 78% das pessoas que tomarem a vacina contra aquela doença.
Já as doses da vacina AstraZeneca/Oxford ainda não iniciaram os testes de eficácia no país. As doses devem chegar ao Brasil até o próximo dia 12 de janeiro, vindo da China.
Em nota, a FioCruz informou que tem feito esforços para antecipar algumas etapas da vacina para que a população tenha acesso às doses o quanto antes, mas, mesmo com a demora, o calendário será mantido.
Prioridades
O plano atual de vacinação do governo inclui grupos prioritários e é dividida em quatro etapas:
1º etapa: Trabalhadores da saúde; idosos a partir de 75 anos de idade; idosos de 60 anos ou mais que vivem em instituições como asilos e psiquiatrias; população indígenas.
2º etapa: 60 a 74 anos de idade;
3º etapa: Pessoas com comorbidades que apresentam maior chances de agravamento da doença (como portadores de doenças renais crônicas, cardiovasculares, entre outras);
4º etapa: professores; força de segurança e salvamento; funcionários do sistema prisional e presidiários;
Covid no Amazonas
Segundo a Fundação de Vigilância em Saúde (FVS-AM), ao todo, o Amazonas possui 5.500 mortes por Covid-19 e 25.905 infectadas pelo vírus. Entre os casos confirmados, há 1.210 pacientes internados, sendo 797 em leitos (295 na rede privada e 502 na rede pública), 391 em UTI (140 na rede privada e 251 na rede pública) e 22 em sala vermelha, estrutura voltada à assistência temporária para estabilização de pacientes críticos/graves para posterior encaminhamento a outros pontos da rede de atenção à saúde.
Há, ainda, outros 545 pacientes internados considerados suspeitos e que aguardam a confirmação do diagnóstico. Desses, 431 estão em leitos clínicos (164 na rede privada e 267 na rede pública), 74 estão em UTI (54 na rede privada e 20 na rede pública) e 40 em sala vermelha.
O Amazonas entrou na fase roxa da pandemia, que representa alto risco, de acordo com FVS, em decorrência do aumento no número de casos, internações e óbitos pela doença. A informação foi divulgada durante reunião entre representantes do Ministério da Saúde e representantes do governo.
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