‘Inclusive Fashion’: desfile de moda inclusiva abre espaço para pessoas com deficiência em Manaus

(Reprodução/Arquivo Pessoal)

Priscilla Peixoto – Da Revista Cenarium

MANAUS – Com a missão de colocar em prática a inclusão aliada à moda, o projeto Manauara Fashion, em parceria com o Instituto Abrace Mais e Associação de Pais e Amigos do Down, no Amazonas (Apadam), organizaram nesse sábado, 16, o “Inclusive Fashion”, o primeiro desfile de moda inclusiva da Região Norte. O desfile foi realizado no, também parceiro da programação, Manaus Plaza Shopping, localizado na Avenida Djalma Batista, bairro Chapada, Zona Centro-Sul de Manaus.

De acordo com o presidente da Apadam, Omar Maia, o desfile tem como ponto diferencial a participação de pessoas com e sem deficiência. “Quando você vê outros desfiles intitulados inclusivos, na realidade, eles são segregadores, pois, só têm pessoas com deficiência desfilando e, na verdade, a ideia não é essa. Nosso diferencial é colocar modelos com e sem deficiência, tudo junto e misturado, valorizados sem distinção”, explica.

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(Reprodução/Arquivo pessoal)

Segundo Omar, foram, em média, 40 modelos que pisaram na passarela para desfilar os looks com cores e estilos diversos para um público com mais de 200 pessoas. Além do desfile, o evento também contou com atrações artísticas, danças e música para celebrar a relevância da inclusão e o respeito às diferenças.

“É bonito de ver todos ali tendo seu momento. Desde o bebê de 6 meses, passando por jovens. Só do projeto Manauara Fashion foram dez modelos sem deficiência que dividiram o brilho com pessoas com autismo, paralisia cerebral, Síndrome de Down, os que usam cadeiras de rodas, e outros tipos de deficiência também”, ressalta Omar.

Oportunidade e representatividade

Em entrevista à CENARIUM, o diretor do projeto Manauara Fashion, Lucas Melkids, ressalta que as pessoas com deficiência também integram o público consumidor e precisam ser notadas e terem espaço no mercado com mais moda inclusiva.

“Nós sempre tivemos vontade de levar para as passarelas pessoas com deficiência, para mostrarmos que não estamos em busca apenas de valorizações, mas de oportunidades dentro da moda inclusiva e acessível. Queremos mostrar ao público que essas pessoas com algumas limitações também são consumidoras, e que os lojistas devem ter um olhar diferenciado para que o nosso evento seja bem aceito”, destaca o diretor do projeto.

De acordo com a fundadora do Instituto Abrace, Lorena Moncayo, a intenção é realizar o evento a cada seis meses e, além de trabalhar a questão da inclusão, a agenda serve também para arrecadar alimentos não perecíveis, posteriormente, distribuídos para famílias carentes cadastradas nos projetos que precisam de doações.

Clara Menezes, Miss Brasil Infanto 2022 e os organizadores do evento (Reprodução/Arquivo pessoal)

Mudança Lenta

O mercado da beleza e da moda, embora seja conhecido por exigir biotipos e impor padrões estéticos quase que inalcançáveis, tem, aos poucos, compreendido a importância da inclusão e diversidade. Ainda não há um estudo detalhado, por exemplo, quando o assunto é moda aliada à inclusão e acessibilidade.

Um exemplo de que, aos poucos, a moda está entendendo de que necessita de pessoas reais, com corpos reais. E o setor textil voltado para o público Plus Size. De acordo com a Associação Brasileira do Vestuário (Abravest), entre os anos de 2018 a 2019, o mercado de moda Plus Size movimentou em torno de R$ 7 bilhões, no Brasil. Segundo a Abravest,  o setor apresentou crescimento de 21%, de 2018 a 2020.

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