Indígena e ativista ambiental de Manaus, Tainara Kambeba participa da COP27 no Egito

Tainara é ativista e líder indígena jovem do Amazonas (Reprodução/Redes Sociais)
Ívina Garcia – Da Revista Cenarium

MANAUS – Tainara da Costa Cruz, 18 anos, do povo Kambeba, é uma das convidadas do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) para participar do painel sobre mudanças climáticas durante a 27ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP27).

A jovem indígena faz parte da Comunidade Três Unidos, localizada na Área de Proteção Ambiental (APA) do Rio Negro, distante 1h30 de lancha de Manaus. A etnia Kambeba é originária das fronteiras do Brasil com os países andinos.

Tainara é ativista e líder indígena jovem do Amazonas (Reprodução/Redes Sociais)
Tainara é ativista e líder indígena jovem do Amazonas (Reprodução/Redes Sociais)

Tainara integra um grupo que conta com mais dois brasileiros, Maria Eduarda Silva, 19 anos, de Bonito, em Pernambuco; e Victor Medeiros, de 18 anos, do litoral sul de São Paulo, que se unem a outros 40 jovens de coletivos e organizações sociais que vão representar a adolescência e a juventude brasileira na conferência.

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“Se nós não lutarmos pela justiça climática, a gente vai cada vez mais ser afetado com isso. Então, a mudança começa a partir de nós. Os nossos avós não tinham internet e eles já lutavam por isso. É uma fala de uma jovem indígena que mora na aldeia. Eu acho que vou representar muito bem o Brasil, o meu povo e o Amazonas. Esse é o meu papel enquanto liderança”, afirma Tainara.

Relatório ambiental

O Unicef apresentou um relatório na manhã desta quarta-feira, 9, alertando que crianças e adolescentes são os que mais sofrem com as mudanças climáticas e devem ser tratados como prioridade pelos líderes mundiais.

Conforme o relatório, 40 milhões de crianças e adolescentes no Brasil já são impactados devido às mudanças climáticas, principalmente aquelas que vivem em regiões mais vulneráveis, comprometendo a garantia de direitos dessas crianças.

Aproximadamente 40 milhões de crianças e adolescentes são impactados no Brasil devido às mudanças climáticas (Ricardo Oliveira/Revista Cenarium)

As mudanças nos padrões de chuva e temperatura aumentam o risco de doenças, como malária e dengue, comprometendo a saúde das crianças. Além disso, a desinformação sobre as vacinas tem resultado no retorno de doenças já erradicadas no Brasil.

O relatório também aponta que os índices de violência sexual contra as meninas são maiores em áreas de degradação ambiental. Danilo Moura, membro do monitoramento e avaliação do Unicef no Brasil, também alerta para as ameaças por desastres ambientais.

Os governos precisam garantir que os serviços voltados a esse público continuem funcionando mesmo com a pressão de dificuldades criadas pela questão climática“, diz o oficial de monitoramento.

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