Infectados pela variante Delta têm o dobro de risco de serem hospitalizados por Covid-19

Variante delta causou primeira morte no Brasil em abril (Reprodução/Pixabay)

Com informações do Estadão

MANAUS – Um estudo publicado na revista científica The Lancet neste sábado, 28, apontou que os infectados com a variante Delta do novo coronavírus têm o dobro de risco de serem hospitalizadas. A comparação foi feita com pessoas que contraíram a cepa Alpha do vírus, detectada no Reino Unido em novembro passado.

A pesquisa foi desenvolvida por pesquisadores britânicos da agência pública de saúde (Public Health England, PHE) e da Universidade de Cambridge. “Nossa análise mostra que, se não dispuséssemos da vacinação, uma epidemia ligada à variante Delta implicaria em uma carga mais pesada no sistema de saúde do que a que se teve com a variante Alpha”, destacou a cientista Anne Presanis, coautora do estudo.

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Pesquisadores têm apontado que a Delta, identificada pela primeira vez na Índia, é de 40 a 60% mais transmissível do que a Alpha. No estudo britânico, os autores analisaram dados de mais de 43,3 mil casos da doença na Inglaterra, identificados entre 29 de março e 23 de maio, quando a variante Delta começava a se propagar na região. Do total, 20% das pessoas estavam contaminadas com a Delta, enquanto o restante correspondia à Alpha. 

A análise bruta dos dados não mostrou diferença relevante em proporção de internações entre ambas, com 2,3% dos contagiados pela Delta sendo hospitalizados ante 2,2% da Alpha. Porém, ao serem considerados outros fatores que influenciam na gravidade da doença (como idade, comorbidades, vacinação etc), os pesquisadores calcularam que o risco se multiplica por 2,26 na comparação entre as duas. 

“Este estudo confirma descobertas anteriores que apontavam que em pessoas com a Delta é significativamente mais provável que se requeira hospitalização”, destacou Gavin Dabrera, coautor do estudo.

Do total de infectados analisados na pesquisa, 74% não estavam vacinados contra a covid-19, 24% tinham tomado uma dose e apenas 1,8% estavam com o esquema vacinal completo. Diversos estudos demonstraram que os imunizantes têm uma alta eficácia na prevenção de casos graves, inclusive entre os infectados com a variante Delta.

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