Inquérito do ‘Caso Djidja’ será concluído com 11 indiciados
17 de junho de 2024
Jadson Lima – Da Revista Cenarium
MANACAPURU (AM) – A Polícia Civil do Amazonas (PC-AM) deve concluir o inquérito do caso Djidja Cardoso até a sexta-feira, 21, desta semana, e mais uma pessoa — de identidade ainda não informada — pode ser presa. A informação foi confirmada à REVISTA CENARIUM por fontes próximas às investigações do 1° Distrito Integrado de Polícia (DIP).
Serão 11 indiciamentos pelos crimes de tráfico de drogas, associação para o tráfico, estupro, dentre outros. Até o momento, só estão públicos os nomes de dez investigados, como os familiares da ex-item do Boi Garantido, além de funcionários do salão de beleza Belle Femme.
Veja nomes:
Ademar Cardoso, irmão de Djidja Cardoso;
Cleusimar Cardoso, mãe de Djidja Cardoso;
Verônica da Costa Seixas, gerente do Belle Femme;
Marlisson Vasconcelos Dantas, cabeleireiro e maquiador;
Claudiele Santos da Silva, maquiadora do salão de beleza;
Bruno Roberto Lima, ex-namorado de Djidja;
Hatus Silveira, ex-fisiculturista
José Máximo, dono da clínica veterinária MaxVet e responsável por outros estabelecimentos;
Savio Pereira, funcionário da clínica MaxVet;
Emicley Araújo, funcionário da clínica MaxVet.
Uma nova prisão pode ser solicitada pela autoridade policial também na próxima semana, já que materiais ainda não analisados podem apontar indícios de autoria e materialidade de crime a mais uma pessoa. Os servidores da PC-AM estão “correndo” para finalizar as últimas análises dos materiais colhidos, descreveu a fonte.
Até o momento, duas fases da “Operação Mandrágora” foram realizadas em menos de 15 dias. Na primeira fase, os mandados de busca e apreensão autorizados pelo Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM) foram cumpridos em residências da família Cardoso, em unidades do Belle Femme, além de clínicas veterinárias como a MaxVet, localizada no bairro Redenção. Este estabelecimento fornecia cetamina a integrantes da família Cardoso, segundo as apurações.
Clínica veterinária é alvo de busca e apreensão da PC-AM (Reprodução)
O abuso da sustância de uso veterinário pode ter sido a causa da morte de Djidja Cardoso, em 28 de maio, na residência onde morava, em Manaus. Antes da morte da empresária, a polícia já investigava a criação de uma seita religiosa chamada “Pai, Mãe, Vida”, liderada por Ademar Cardoso, que cooptava funcionários da rede de salões administrada pela família Cardoso a fazer o abuso da substância ilícita cetamina nos rituais.
Dois dias após a morte da ex-item do Garantido, em 30 de maio, a CENARIUM revelou cinco mandados de prisão e de busca e apreensão contra familiares de Djidja e funcionários do salão Belle Feme. O irmão e a mãe de Djidja Cardoso, Ademar Cardoso e Cleusimar Cardoso, respectivamente, foram presos naquela tarde tentando fugir da polícia. Também havia determinação para prender os funcionários do Belle Femme identificados como Verônica da Costa Seixas, Claudiele Santos e Marlisson Dantas.
Em 7 de junho, a PC-AM deflagrou a segunda fase da operação Mandrágora, cumprindo mandados de prisão contra o ex-namorado de Djidja Cardoso, Bruno Roberto Lima, o ex-fisiculturista Hatus Silveira e dois funcionários de estabelecimento que fornecia drogas ao grupo investigado.
Após as diligências, o delgado titular do 1° DIP, Cícero Túlio, revelou uma nova substância ilícita usada pelos familiares de Djidja e outros investigados. “Frascos do anabolizante Potenay, que já era objeto da investigação, foram apreendidos”, disse o delegado.
Medicamentos de uso veterinário apreendidos durante a segunda fase da “Operação Madrágora” (Divulgação)
A Justiça do Amazonas determinou as prisões de Bruno e Hatus por “inconsistências” nos depoimentos prestados à autoridade policial como testemunhas. Já Máximo teve a prisão determinada por não comparecer ao 1° DIP para prestar depoimento. Os dois funcionários foram presos por tentativa de obstrução de justiça. A dupla tentou desfazer provas durante a operação de busca e apreensão realizada na primeira fase da operação.
Alvos soltos
Claudiele, apontada pelas investigações como a principal fornecedora de cetamina ao grupo, foi solta em 5 de junho após a defesa alegar que ela tem criança menor de 5 anos. A CENARIUM questionou a defesa de Claudiele sobre a declaração da testemunha Gabrielle Novo Caldeira Nery de que a maquiadora fornecia a substancia ketamina a funcionários do salão de beleza.
O advogado Kevin Teles, que representa Claudiele, respondeu que “não se deve levar em consideração o depoimento de alguém que não estava em plenas faculdades mentais”.
O cabeleireiro do salão de beleza Marlisson Vasconcelos Dantas teve a prisão preventiva revogada na última quarta-feira, 12. A defesa do investigado afirmou que “apresentou argumentos que demonstram que ele [Marlisson] não preenchia os requisitos para a prisão”. Já a investigação da Polícia Civil aponta que Marlisson era quem administrava a cetamina em funcionários do estabelecimento de beleza, dentro das unidades onde trabalhavam.
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