Instituto internacional realiza campanha de preservação da Amazônia Azul


10 de agosto de 2023
Instituto internacional realiza campanha de preservação da Amazônia Azul
Movimento social em marcha no 'Diálogos Amazônicos' (Reprodução/Acervo arayara.org)
Gabriel Arouca Leão sob supervisão de Sara Ribeiro – Especial para a Revista Cenarium Amazônia*

MANAUS (AM) – O Instituto Internacional Arayara lançou uma campanha para preservação da Amazônia Azul. A organização promove justiça climática e socioambiental há 30 anos, no interesse de conscientizar por meio de ação coletiva, moldando o compromisso com um futuro sustentável, além de realizações de incentivo à mobilização social com temas ambientais.

A campanha, lançada oficialmente durante marcha promovida pela ONG Por uma Amazônia Livre de Petróleo, no “Diálogos Amazônicos”, em Belém, surge como braço forte da campanha nacional da instituição intitulada “Mar Sem Petróleo”, que tem como objetivo barrar a exploração de petróleo e gás em novas fronteiras, principalmente, em regiões sensíveis da costa brasileira e áreas ricas em biodiversidade marinha, que também são chamadas de “Amazônia Azul”.

Organização de mobilização social no ‘Diálogos Amazônicos’ (Reprodução/Acervo arayara.org)

Segundo a gerente de comunicação do instituto, Sara Ribeiro, ao longo da última década, a Arayara tem demonstrado sucesso em campanhas relacionadas ao tema e já conseguiu, por meio de diversas estratégias como educação, mobilização, ações judiciais e incidências administrativas, retirar mais de 1.300 blocos exploratórios de ofertas públicas da Agência Nacional do Petróleo (ANP).

“A meta, agora, é explicitar a importância de salvar a Costa Amazônica, pois a sociedade civil tem lutado há anos contra a abertura de fronteiras exploratórias de petróleo e gás na Amazônia, mas com a pressão das petroleiras aumentando, temos que alertar ainda mais para o volume de problemas e desastres que se agravam com a falta de proteção efetiva do bioma e seus povos”, explica.

A Costa Amazônica, que se estende da Venezuela até o Estado do Maranhão, no Brasil, é um ecossistema único. Segundo o Ministério do Meio Ambiente e da Mudança do Clima (MMA), no Brasil, a região abriga áreas de relevância biológica classificadas como “Extremamente Alta” ou “Muito Alta”, sendo rica em manguezais e culturas tradicionais. Além disso, na denominada “margem equatorial” se encontra o Grande Sistema de Recifes do Amazonas, que se estende por estimados 1.350 quilômetros, com importantes interligações em diversos processos marinhos.

“Eu conheço a Amazônia Azul e a importância do manguezal. Eu sei, porque tem muito peixe, em certas áreas, e a relevância disso. Sou de área de Resex [Reserva Extrativista] e precisamos fazer o link do quanto isso é ameaçado pela exploração de combustíveis fósseis. A comunicação do conhecimento tradicional e também do científico é fundamental para a conscientização”, comenta a mestre em oceanografia Kerlem Carvalho, do instituto.

De acordo com a instituição internacional, campanhas como essas vão, além de promover o debate e despertar da consciência pública, envolver a busca do compromisso, planejamento e da ação efetiva dos países amazônicos, empresas e bancos, a fim de atingir objetivos concretos de preservação e salvaguarda da Amazônia e de toda sua costa, favorecendo uma economia verdadeiramente sustentável. Hoje, acontecem conflitos graves e vazamentos contaminantes em diversas áreas da Pan-Amazônia devido à exploração desenfreada de petróleo e gás.

“Promovemos diálogos importantes, participamos também de audiências públicas sobre o avanço da exploração fóssil na Amazônia, tudo com o intuito de reverberar vozes amazônidas que estão na luta”, relata a geógrafa e mobilizadora territorial da Arayara, Winnie Dobal.

Um ofício e uma nota técnica, assinados por mais de 80 organizações no início de 2023, fizeram parte de uma das ações conjuntas da campanha com parceiros, tendo o objetivo de elencar os problemas relacionados à exploração do bloco FZA-M-59 (que a Petrobras tenta licenciar junto ao Ibama), na bacia da Foz do Rio Amazonas. O local ainda não dispõe da devida Avaliação Ambiental de Área Sedimentar (AAAS). Há uma petição aberta, nesse sentido, com mais informações, no site da campanha, em que todos podem ler e assinar, pois, além desse bloco, a campanha também alerta para o avanço da oferta de blocos exploratórios em toda a Pan-Amazônia.

A gerente de comunicação do instituto ainda alerta para além dos riscos locais. A situação de emissões de gases de efeito estufa (GEE) que precisam, segundo o IPCC, de uma redução em 43% até 2030.

“Se blocos na Costa Amazônica forem licenciados e entrarem em operação comercial, será como escancarar as porteiras para o agravamento da crise climática, numa região extremamente importante para o planeta”, enfatiza.

(*) Com informações da assessoria

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