Internações por síndromes gripais aumentam e Acre decreta emergência


Por: Jadson Lima

11 de maio de 2025
Internações por síndromes gripais aumentam e Acre decreta emergência
De acordo com o governo estadual, a maior parte das internações é em Rio Branco (Divulgação/Daiane Mendonça)

MANAUS (AM) – O Governo do Acre decretou situação de emergência sanitária nesse sábado, 10, após o aumento exponencial de pacientes com sintomas de síndromes gripais à procura de atendimento médico nos hospitais do Estado. Em decreto, publicado na edição extra do Diário Oficial (DOE), o governador Gladson Cameli (Progressitas) justifica a medida como essencial diante da gravidade dos casos identificados, os quais muitas vezes são submetidos a internação em leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs).

O Boletim Epidemiológico emitido pela Vigilância em Saúde da Secretaria de Saúde do Acre (Sesacre) aponta que cerca de 870 internações por Síndromes Respiratórias Aguda Grave (SRAG) foram registradas até a 18ª semana epidemiológica de 2025. Os dados mostram um comportamento sazonal dos registros, mas com agravamento no perfil clínico dos pacientes. De acordo com o governo estadual, a maior parte das internações está concentrada nas cidades de Rio Branco, Cruzeiro do Sul e Brasileia.

Criança sendo vacinada por profissional de saúde (Divulgação/Governo do Acre)

Em 2025, as notificações de Síndrome Respiratória Aguda Grave apresentaram um aumento constante nos registros a partir da semana epidemiológica 13 até a 18, nas quais as crianças de 0 a 9 anos e os idosos acima de 60 anos continuam sendo as faixas etárias mais suscetíveis, com as maiores taxas de internação […] Entre os vírus respiratórios identificados, destacaram-se SARS-CoV-2, Rinovírus, Vírus Sincicial Respiratório (VSR) Influenza B e Influenza A”, diz trecho do documento.

O governo estadual reconhece que há superlotação dos leitos de terapia intensiva. De acordo com as autoridades de saúde, o vírus da Covid-19 é um dos principais causadores do aumento de internações de pacientes que também receberam o diagnóstico de pneumonia e bronquiolite. Desde abril, o Hospital Infantil Iolanda Costa e Silva passou a contar com 70 leitos de UTI pediátrica, além dos leitos clínicos de retaguarda.

Hospital infantil de Rio Branco, no Acre (Divulgação/Governo do Acre)

Após o reconhecimento de emergência sanitária, a Sesacre deve coordenar a atuação específica dos órgãos e entidades competentes para o enfrentamento da situação, dentre as quais estão: reforçar os estoques de insumos, ampliar leitos, realizar contratações emergenciais e intensificar a vigilância epidemiológica. A medida também permite o acionamento de parcerias com municípios, rede privada e Ministério da Saúde.

O secretário de Saúde do Estado, Pedro Pascoal, afirmou que o cenário é desafiador e pediu o apoio dos pais para a adoção de medidas preventivas em relação às crianças. Para o titular da Sesacre, as medidas que constam no decreto de emergência são necessárias para garantir o atendimento aos pacientes que procuram as unidades de saúde estaduais.

“A situação exige agilidade e responsabilidade. Este decreto é uma ferramenta legal para avançarmos com as medidas necessárias diante de um cenário desafiador, que tem sido observado em todo o País e, para isso, contamos também com o apoio de todos os pais e responsáveis, para que adotem as medidas preventivas e procurem atendimento médico já nos primeiros sintomas”, pontuou.

Veja o decreto na íntegra:

Lotação de leitos

A CENARIUM consultou, neste domingo, 11, a lotação dos leitos de UTI infantil destinados aos casos de Síndromes Respiratórias Aguda Grave (SRAG) no principal hospital infantil de Rio Branco. De acordo com a plataforma de notificações, 18 dos 20 leitos disponíveis estão ocupados, o que representa cerca de 90% de taxa de ocupação.

Em relação aos leitos clínicos, o sistema aponta que 45 dos 50 que estão reservados para os casos de síndromes gripais estão ocupados. Os dados foram atualizados às 13h. As autoridades locais também reforçam que os pacientes com sintomas moderados devem procurar as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs).

Leia mais: Conselhos de Saúde questionam fim da emergência da pandemia
Editado por Izaías Godinho

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