Inverno amazônico, período marcado pela ‘síndrome gripal’, eleva testagem de Covid-19 no AM
11 de dezembro de 2021
Tempo úmido e chuvoso pode contribuir com maior ocorrência de doenças respiratórias. (Bruno Pacheco/Revista Cenarium)
Bruno Pacheco – Da Revista Cenarium
MANAUS – Um período marcado pela sazonalidade do aumento de casos de Síndrome Gripal (SG), Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) e a maior incidência de chuvas, o inverno amazônico fez elevar a quantidade de testes RT-PCR, o teste de Covid-19, realizados nos Serviços e Unidades de Pronto-Atendimento (SPAs e UPAs) da Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM). Somente na primeira semana deste mês, o número quadruplicou, se comparado com a última semana de novembro.
De acordo com a SES-AM, foram realizados 5.256 testes de RT-PCR em 11 SPAs e duas UPAs, no período de 1º a 7 de dezembro deste ano, com uma média de 750 testes por dia e 51 pacientes testando positivo para o coronavírus. Na última semana de novembro, entre os dias 24 e 30, foram realizados 1.572 exames, com 45 tendo resultado positivo.
No período de 1º a 23 de novembro, a média diária de testes realizados era de 160 por dia e, na última semana do mês, subiu para 225. Ainda segundo a pasta, foram realizados 5.354 testes de RT-PCR para diagnóstico da Covid-19 em todo o mês de novembro, em SPAs e UPAs, com 241 pacientes testando positivo para a doença. A secretaria considera a taxa de positividade (4,6%) para o mês baixa.
Inverno amazônico
O inverno amazônico é o período chuvoso na região amazônica e costuma ocorrer entre os meses de novembro a maio do ano seguinte. No começo de 2021, esse fenômeno foi um dos fatores que causou o aumento histórico dos níveis dos rios da Amazônia, como o Rio Negro, em Manaus; Rio Amazonas, em Itacoatiara; e Rio Solimões, em Manacapuru.
Com a chegada do frio, aumentam os casos de doenças respiratórias. (Arte Agora)
Para especialistas, nesse período sazonal é necessário redobrar os cuidados com a higiene, principalmente por conta do aumento das doenças respiratórias. Com a suspeita de infecção, seja gripe ou Covid-19, os cuidados a tomar são os mesmos: lavagem frequente das mãos, o isolamento de pessoas sintomáticas, manter ambientes ventilados, evitar aglomerações e pegar chuva, por exemplo. Saiba mais AQUI.
Segundo o estudo “Preditores ambientais de epidemias de influenza sazonal em climas temperados e tropicais“, feito por universidades dos Estados Unidos em parceria com o Instituto Nacional de Saúde (NIH) do País, evidências laboratoriais e epidemiológicas sugeriram que climas úmidos e chuvosos, ou frios e secos facilitam a propagação do vírus da gripe.
Essa mudança repentina de clima, para o estudante de jornalismo e profissional em segurança privada Adán Fernandes, de 29 anos, contribuiu para que ele gripasse neste inverno amazônico. Ele conta que pegou chuva pela manhã e, à tarde, começou a sentir sintomas gripais, mesmo com a imunidade em dia.
“O que mais contribuiu para eu pegar essa virose, acredito que foi essa mudança de clima: chuvisco, ora sol, ora chuva. Eu estava bem durante o dia, mas, pela parte da tarde, fiquei bastante ruim. Peguei um pouco de chuvisco pela manhã e já fiquei ruim”, contou à REVISTA CENARIUM.
Ádan Fernandes ficou gripado, em virtude da mudança do clima. (Foto: Divulgação)
Segundo Adán, ele não precisou procurar uma unidade de saúde, mas se tratou em casa. O estudante reforça que trabalha o sistema imunológico tomando vitamina C e comendo bastante fruta rica na vitamina, como laranja e abacaxi.
“Me sinto bem quando tomo. E é mais para me cuidar mesmo, pois essa época do ano é complicada. Mesmo tomando a vitamina e comendo os alimentos saudáveis, a gripe chegou em mim. A minha esposa também gripou no mesmo tempo que eu, e ela se cuida bem mais. A doença não veio muito forte, mas teve um pouco de coriza, um pouco de dor no corpo e a gente se tratou em casa, com vitamina C e analgésicos para a gripe”, explicou Adán Fernandes.
Isolamento
Em casos de suspeita de sintomas gripais, uma das principais recomendações é se manter em isolamento e evitar aglomerações. Para o médico infectologista Nelson Barbosa, em meio à chegada da variante Ômicron no Brasil, que se espalha mais facilmente que o vírus Sars-CoV-2 originário e variantes como a Delta, é preciso ter mais cautela.
“Essa variante oferece uma cautela. Nós temos que ser cautelosos. Não sabemos o grau de letalidade dela, porque todas as pessoas que pegaram foram pessoas que já estavam vacinadas e não desenvolveram um quadro grave da doença”, destacou o especialista.
Para o infectologista, os gastos com eventos, principalmente, os públicos, podem ser usados para a compra de materiais de proteção contra a Covid-19. “Esse dinheiro pode ser usado para a compra de material, de máscara, álcool em gel e todos esses materiais que a gente possa usar numa possível piora dos casos”, recomendou Nelson Barbosa.
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