Investigador réu na Justiça por agressão contra babá e advogado morre em acidente em Manaus
Por: Marcela Leiros
04 de agosto de 2025
MANAUS (AM) – O investigador de polícia Raimundo Nonato Monteiro Machado morreu, na manhã desta segunda-feira, 4, em um acidente de trânsito na Avenida do Turismo, bairro Tarumã, zona Oeste de Manaus. Ele respondia por lesão corporal contra a babá Cláudia Gonzaga de Lima e o advogado Ygor de Menezes Colares, ocorrida em 2023.
Raimundo Nonato dirigia um veículo modelo Chevrolet Tracker, de cor preta, quando colidiu contra um poste de energia. Após o impacto, o carro caiu em uma ribanceira. O óbito foi confirmado no local. Segundo testemunhas, ele havia acabado de deixar a filha de 17 na escola momentos antes do acidente.
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Segundo a Polícia Civil do Amazonas (PC-AM), a ocorrência foi registrada na Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS), onde foi requisitado o exame de necrópsia, que irá determinar a causa da morte e as circunstâncias do óbito. O caso será encaminhado à Delegacia Especializada em Acidentes de Trânsito (Deat).
Entenda o caso
Raimundo Nonato e a esposa, Jussana Machado, respondiam pela agressão contra Cláudia e Ygor, em 18 de agosto de 2023. Na ocasião, Jussana fez disparos de arma de fogo contra o advogado, com uma arma entregue pelo marido, investigador da Polícia Civil. Ela também agrediu a babá no estacionamento do condomínio onde morava, localizado na Zona Oeste da capital amazonense.
A briga começou a partir de um desentendimento entre Jussana e Cláudia, quando ocorreu troca de xingamentos em um elevador do condomínio. Jussana, que é moradora do local, começou a agredir a funcionária no estacionamento, desferindo vários socos no corpo e no rosto da babá.
Raimundo Nonato, que estava armado no momento da briga, entregou uma arma para a esposa segurar e começou uma briga contra Igor, patrão da babá, que tentou apartar a agressão contra sua funcionária. Neste momento, Jussana apontou a arma para o advogado e efetuou um disparo, atingindo-o de raspão na perna.
Veja o vídeo:
Em maio de 2024, o Tribunal de Justiça do Amazonas (Tjam) informou que o processo foi transferido do Tribunal do Júri, para uma Vara Criminal Comum de Manaus. O juiz de direito titular da 3.ª Vara do Tribunal do Júri da Comarca de Manaus, Mauro Antony, declinou da competência para julgar a ação que envolve o caso, por entender que os réus não cometeram crimes que se enquadram na competência do Tribunal do Júri, contra as vítimas.
Com a decisão, foi transferido, via distribuição eletrônica, à uma Vara Criminal Comum da Comarca de Manaus, que deve seguir com os trâmites judiciais até que sejam julgados por um juiz.
O Ministério Público do Estado (MP-AM) recorreu da decisão, e a sessão, que aconteceria de forma virtual na manhã do dia 2 de dezembro, foi adiada. A manifestação do relator aconteceu na sessão seguinte e manteve a decisão de não submeter o casal a júri popular.