Irã aprova fechamento de estreito de Hormuz, rota de 20% do petróleo mundial


Por: Cenarium*

22 de junho de 2025
Irã aprova fechamento de estreito de Hormuz, rota de 20% do petróleo mundial
Estreito de Hormuz é uma das principais rotas do petróleo mundial (Envato | Composição: Paulo Dutra/CENARIUM)

MANAUS (AM) – O Parlamento do Irã aprovou, neste domingo, 22, o fechamento do Estreito de Hormuz, de acordo com a mídia estatal iraniana. A decisão dos congressistas precisa do aval do Conselho Supremo de Segurança Nacional do País, que envolve militares, além do líder supremo Ali Khamenei. O estreito é uma das principais rotas marítimas por onde passa cerca de 20% do petróleo de todo o planeta.

O fechamento do local é uma reação à decisão dos Estados Unidos (EUA), sob a liderança de Donald Trump, de realizar neste sábado, 21, um ataque direto à instalações nucleares do Irã. A entrada dos americanos no conflito ocorreu nove dias após Israel iniciar uma ofensiva com a justificativa de acabar com o programa nuclear que vinha sendo desenvolvido pelo País persa.

O estreito é um dos gargalos marítimos globais, caminho para cerca de 20% do petróleo e derivados e de 20% do gás liquefeito produzido no mundo. Em termos só de tráfego por mar, o trânsito de óleo é de quase 30%. No caso da Arábia Saudita, rival do Irã no mundo muçulmano, 90% de sua produção passam por lá, deixando o golfo Pérsico rumo ao mar da Arábia e, dali, para o resto do planeta.

Estreito de Hormuz é essencial para rota do petróleo mundial (Reprodução)

No seu trecho de menor largura, apenas cerca de 40 quilômetros separam o Irã da Península Arábica. A teocracia se preparou ao longo dos anos para a media, equipando barcos de patrulha com mísseis antinavio e desenvolvendo um arcabouço de minas navais para serem colocadas na região.

Dados de sites de rastreio de comércio marítimo, apontam que, neste momento, há cerca de dez superpetroleiros fazendo o trânsito por Hormuz. Diversos países, como Reino Unido e Grécia, já advertiam para suas embarcações deixarem a área o mais rápido possível na semana passada, quando Israel passou a atacar o Irã e vice-versa.

Manifestações

O deputado Esmail Kosari, influente conservador do Parlamento, disse à mídia local que “a medida será adotada quando necessário”. Mais cedo, o chanceler Abbas Araghchi havia dito que “uma variedade de opções está disponível para o Irã” retaliar o ataque a três centrais de seu programa nuclear pelos EUA.

A vantagem de agir no estreito é que a disrupção econômica é certa, mas não haverá o ataque a alvos militares americanos na região. O presidente Donald Trump já disse que, se o Irã o fizesse, iria dobrar a aposta militar e bombardear o país de forma mais ampla.

Se os americanos topariam o fechamento como uma desescalada, contudo, é incerto, dado que o aumento previsível no preço do petróleo iria afetar diretamente a economia do País. Empresas como a Shell já advertiram sobre efeitos catastróficos para a indústria energética se a medida for tomada.

Leia mais: ‘Ameaça à segurança’, diz chefe da ONU após ataque americano ao Irã
(*) Com informações da Folha de São Paulo

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