Irã executa jornalista dissidente condenado por protestos de 2017
12 de dezembro de 2020
O jornalista havia sido capturado em 2019 após anos de exílio em Paris, onde vivia e trabalhava (ALI SHIRBAND / MIZAN NEWS AGENCY / AFP)
Com informações da Folhapress
O jornalista dissidente iraniano Ruhollah Zam, que foi condenado por fomentar a violência durante os protestos contra o governo em 2017, foi executado por enforcamento neste sábado, 12, informou a televisão estatal iraniana.
Em uma decisão na terça, 8, a Suprema Corte do país manteve a sentença de morte de Zam, capturado em 2019 após anos de exílio em Paris, onde vivia e trabalhava.
Ele tinha um canal de notícias no Telegram com 1,4 milhão de seguidores, Amadnews, chamado de “rede contra-revolucionária” pelo governo. Suspenso em 2018 pela rede social com a justificativa de “incitar a violência”, a pedido de Teerã, a lista de distribuição retornou em seguida com novo nome.
[Ali Shirband/Mizan News/AFP/Getty Images
A França e grupos de direitos humanos condenaram a decisão do Supremo iraniano. O grupo Repórteres Sem Fronteiras se disse “indignado com este novo crime da justiça iraniana” e culpou o líder supremo do país, o aiatolá Ali Khamenei, pela execução.
Em outubro do ano passado, a Guarda Revolucionária de Teerã, o exército ideológico da República Islâmica, informou ter prendido o jornalista em uma “operação complexa”, com uso de informações de inteligência. Não se sabe onde ocorreu essa operação.
A justiça acusou o opositor, que tinha 47 anos, de ser influenciado pelo serviço de inteligência francês e apoiado pelos serviços secretos dos Estados Unidos e de Israel.
Ao menos 25 pessoas morreram nos protestos contra o elevado custo de vida no país que afetaram dezenas de cidades iranianas entre 28 de dezembro de 2017 e 3 de janeiro de 2018. Teerã descreveu o movimento como sedição, o que rapidamente ganhou caráter político.
A pauta dos protestos acabou incluindo o presidente e até o líder supremo. Fora do país, o levante foi estimulado por figuras contrárias a Teerã, como o presidente americano, Donald Trump, e o premiê israelense, Binyamin Netanyahu.
Este site usa cookies para que possamos oferecer a melhor experiência de usuário possível. As informações dos cookies são armazenadas em seu navegador e executam funções como reconhecê-lo quando você retorna ao nosso site e ajudar nossa equipe a entender quais seções do site você considera mais interessantes e úteis.
Cookies Estritamente Necessários
O cookie estritamente necessário deve estar ativado o tempo todo para que possamos salvar suas preferências de configuração de cookies.
Se você desativar este cookie, não poderemos salvar suas preferências. Isso significa que toda vez que você visitar este site, precisará habilitar ou desabilitar os cookies novamente.