Irregularidades na compra de respiradores no AM serão alvos de investigação da PGR


28 de abril de 2020
Irregularidades na compra de respiradores no AM serão alvos de investigação da PGR
A compra de 24 respiradores supostamente inadequados virou alvo de investigação da PGR - foto: divulgação Susam

Carolina Givone – Da Revista Cenarium

MANAUS – A polêmica compra de 24 ventiladores hospitalares, pelo governo do Amazonas, com valor total de R$ 2,9 milhões virou inquérito, nesta segunda-feira, 27. Após o pedido da Procuradoria Geral da República (PGR), que solicitou uma investigação para apurar irregularidades na compra dos equipamentos hospitalares.

O documento que formaliza a denúncia, ainda não está disponível para domínio público. E Segundo informações obtidas pelo Antagonista, o Ministério Público de Contas (MPC), interviu no processo e constatou que o equipamento teria sido comprado com um preço “superfaturado” de pelo menos 316%.

O Sindicato dos Médicos do Amazonas (Simeam), também apontou que o material com um custo tão alto, não seria adequado para tratamento de pacientes com covid-19 internados no Hospital de Retaguarda Nilton Lins.

Outro fator apontado como suspeito, trata da aquisição dos equipamentos hospitalares por uma adega de vinhos (Vineria Adega), cuja razão social é FJAP e Cia. A empresa, já presta serviços ao Estado por meio da Secretaria de Educação (Seduc) desde 2013.

A informação preliminar apontou um envolvimento suspeito do governador Wilson Miranda (PSC) no caso. A denúncia deve apurar o procedimento de compra desde o envio da proposta, homologação, emissão da nota fiscal e liberação da ordem bancária.

O que diz o governo?

O Governo do Amazonas informou que adquiriu 28 respiradores para a rede pública de saúde por meio de contrato com a importadora FJAP e Cia Ltda. e não de uma loja de vinhos como divulgado em alguns sites e em redes sociais. A FJAP já presta serviço ao Estado através de licitação para fornecimento de produtos alimentícios, entre outros.

Em nota divulgada anteriormente, o Governo do Estado esclarece, ainda, que não há qualquer ilegalidade no processo de contratação da empresa importadora, que detém certidões negativas e toda a documentação legal em dia e afirma que a compra trouxe economia e agilidade para o Estado, pois os preços dos equipamentos adquiridos ficaram bem abaixo do mercado, levando-se em consideração que neste momento de crise todos os preços de ventiladores e insumos estão muito acima dos praticados antes da pandemia.

Outra alegação do Governo, seria de que a empresa foi escolhida por ter em seu CNAE (Classificação Nacional de Atividades Econômicas) o serviço de importação. A dispensa de licitação teve como base a Lei Federal 13.797, de 6 de fevereiro de 2020, que dispõe sobre as medidas para enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional decorrentes do surto de Covid-19. Pela referida Lei, a dispensa de licitação é temporária e aplica-se apenas enquanto perdurar a emergência de saúde pública. Todas as dispensas de licitação desse período irão passar posteriormente pelo crivo dos órgãos de controle do Estado, como Tribunal de Contas do Estado (TCE-AM).

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