Malu Dacio e Eduardo Figueiredo – Da Revista Cenarium
MANAUS – O deputado federal amazonense e vice-presidente da Câmara dos Deputados, em Brasília, Marcelo Ramos (PSD), comparou as ações do Governo Bolsonaro e do ministro da Economia Paulo Guedes em relação à Zona Franca de Manaus (ZFM) com os conflitos bélicos no Leste Europeu.
Em uma rede social, o deputado fez ‘duras’ críticas a membros do alto escalão bolsonarista. “As tropas do ministro Paulo Guedes e do Governo Bolsonaro estão prestes a marchar sobre os empregos dos amazonenses e a economia do Amazonas com a mesma força avassaladora que a Rússia marcha sobre a Ucrânia”, disse.
Segundo o deputado, o decreto que permite a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) pode ser publicado nesta sexta-feira, 25, pelo governo federal. O ato deve acontecer sem que o ministro da Economia Paulo Guedes honre o compromisso de retirar a redução de todos os itens produzidos na ZFM.
“As informações que nós temos pela imprensa nacional, hoje, é de que o governo vai publicar o decreto de redução de 25% do IPI, e as informações de bastidores dão conta de que ele será publicado sem que o ministro Paulo Guedes e a secretária Daniela, que esteve em Manaus, honrem o compromisso deles de retirar da redução todos os itens produzidos pela Zona Franca de Manaus”, afirma o deputado à REVISTA CENARIUM.
Ataque
Ramos defende ainda que a redução em 25% do Imposto sobre o IPI, anunciada por Guedes nessa semana, afeta não só o Estado do Amazonas, como todo o setor no País.
“Isso é uma bomba atômica sobre a Zona Franca de Manaus. Inviabiliza completamente o Polo Industrial de Manaus, mas isso também é uma bomba atômica sobre toda a indústria incentivada do País”, disse.
Marcelo critica o descompromisso do ministro da Economia em excluir do decreto de redução do IPI, itens produzidos na Zona Franca de Manaus. “Espero que não seja feita a ‘molecagem’ de publicar sem as exceções”, pediu.
Competição desigual
O vice-presidente da Câmara dos Deputados ressalta que a atitude desequilibra a competição. “Na medida que você pega indústrias como informática e semiprodutores de displays, que tem incentivo fiscal, na hora que você reduz o IPI do importado você desequilibra a competição num País com um custo Brasil absurdo que os outros não tem. Então, isso é uma irresponsabilidade com a indústria nacional e uma irresponsabilidade com os empregos dos brasileiros e dos amazonenses”, finaliza.
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