Carolina Givoni – Da Revista Cenarium*
MANAUS – Um estudo da Universidade Livre de Berlim, na Alemanha revelou que as “mamães” morcego interagem com vozes fofas com os filhotes, enquanto eles “sussurram” os primeiros grunhidos. O comportamento segundo os cientistas responsáveis pelo estudo, poder ser interpretado como uma prática vocal positiva para as crias.
De acordo com o experimento, a atitude semelhante ao comportamento humano, também vale para os “papais” morcego, que parecem transmitir a “assinatura vocal” de seu grupo social em uns tons mais graves. A descoberta foi compartilhada em 14 de agosto no periódico Frontiers in Ecology and Evolution.
Os pesquisadores focaram na espécie endêmica das Américas Central e do Sul Saccopteryx bilineata, cujo vasto repertório vocal é empregado na elaboração de canções complexas para defesa territorial e cortejo. Segundo eles, durante os primeiros três meses de vida, conforme os filhotes começam a vocalizar sons, os morcegos adultos respondem a eles de maneiras diferentes.
“Os chamados dos filhotes são acusticamente mais semelhantes aos dos machos do mesmo grupo social do que aos de outros machos”, explicou a coautora Mirjam Knörnschild. “Esses resultados sugerem que as vocalizações de machos adultos podem servir como orientação aos filhotes, [permitindo que eles] desenvolvam as ‘assinaturas vocais’ do grupo.”
Essa é a primeira vez que os cientistas observaram o fenômeno, indicando que a comunicação entre pais e filhos desses mamíferos é mais complexa do que se acreditava. “Acredito que os morcegos são um táxon muito promissor para investigar as principais características da linguagem compartilhadas [por eles e humanos], como a habilidade de aprendizagem vocal, e que esse estudo irá inspirar mais estudos no campo da biolinguística”, pontuou Fernandez.
(*) Com informações da Galileu