Jornalistas do Amazonas e do Pará integram time de correspondentes nacionais do Portal Lunetas

Elida Cristo, Célia Fernanda e Chris Reis. Três olhares femininos na busca por um jornalismo humano e social (Reprodução/Divulgação)

Mencius Melo – Da Revista Cenarium

MANAUS – As jornalistas Chris Reis de Manaus (AM), Célia Fernanda e Elida Cristo do Pará (PA) são as novas correspondentes nacionais para a Amazônia do Portal Lunetas. As três profissionais foram escolhidas pela direção do portal que está baseada em São Paulo. O Lunetas é um canal totalmente dedicado à infância no Brasil.

Curumins flutuam sobre um rio. A infância e a natureza são indissociáveis na Amazônia (Revista Cenarium/Ricardo Oliveira)

Por se tratar de um veículo altamente respeitado, tanto a amazonense quanto as duas profissionais paraenses declararam à reportagem da REVISTA CENARIUM a importância de estar em um time que faz jornalismo sintônico com as realidades da infância no Brasil de norte a sul. E quando se trata de ‘realidades’, o Brasil não é para amadores.

PUBLICIDADE

“Sou leitora do Lunetas porque me interesso pelo tema, tenho dois filhos e o conteúdo do portal é maravilhoso!”, comentou a jornalista Chris Reis. “Há pouco tempo vi que estavam com edital para novos correspondentes e decidi sem maiores pretensões me inscrever e para minha surpresa fui selecionada para a primeira das três fases de seleção”, detalhou.

No Pará

Célia Fernanda é de Belém e vive em Bragança, nordeste do Pará, ela fala do orgulho de fazer parte. “Me sinto feliz e grata por conseguir um lugar nesse projeto tão importante que é o Lunetas. Mais feliz ainda em ver que três mulheres da região Norte foram escolhidas. Acredito que será uma baita oportunidade para mostrarmos a infância amazônica e suas particularidades. O sentimento é de alegria e esperança”, descreveu.

Estudar é um dos desafios das crianças que vivem em zonas rurais da Amazônia (Reprodução/Metrópoles)

“Tenho ideias que passam por assuntos de comportamento, educação e problemas sociais. Acho importante fazer o recorte apontando a região em que vivo, que é cheio de história e tradições. Pretendo contar sobre a infância nesse lugar onde a natureza dita, não só a paisagem, mas também o modo de viver”, adiantou Fernanda.

Outra a fazer parte do time nortista é Elida Cristo. “É um sentimento de muita realização, estou feliz com essa oportunidade, não imaginava que isso viria nesse momento. Infância é um tema que venho trabalhando há pouco mais de um ano e para essa abordagem, o Lunetas é uma referência. Estou muito feliz”, explicou Elida.

Visões femininas de um jornalismo maternal

As profissionais selecionadas irão buscar no vasto mundo que as cerca, fontes para matérias em que a mão protetora de mulheres, mães e guerreiras, obrem textos precisos como o ato de banhar um filho. “Quando escrevo sobre crianças, procuro ver meus filhos nas situações, porque quando se escreve textos como se fossem filhos, a gente escreve melhor”, relatou Chris Reis.

Crianças pedindo nas avenidas de Manaus. Uma dura realidade das grandes cidades amazônicas (Revista Cenarium/Ricardo Oliveira)

Entre os temas que pretende abordar, Chris lembra dos ‘minibois’ de Parintins. “É um evento feito por crianças que, por questões legais, não podiam adentrar para assistir ao festival. Então as crianças decidiram brincar de construir um festival a partir de bonecos, de pequenas miniaturas de alegorias em uma mesa improvisada. Criaram algo que hoje é oficial e faz admirar até o Giramundo”, destacou.

“Antes de ser mãe, trabalhei em um caderno de jornal que produzia conteúdo para o público infantil. Na época, eu buscava me aproximar ao máximo desse universo ouvindo as crianças, as famílias e pesquisando sobre o assunto. Hoje, mãe de um menino de seis anos, posso afirmar que a produção do texto terá muito mais empatia”, ponderou Célia Fernanda.

Visões femininas 2

Célia elenca outras características. “Minha experiência como professora me ajuda a mensurar a real responsabilidade de falar diretamente para crianças e suas famílias. Claro que não precisa ser mãe ou mulher para ter atestado de sensibilidade à temática da infância. Mas se você vive intensamente esse mundo, consegue perceber pequenos detalhes que podem virar boas pautas”, avaliou.

Nas grandes capitais, os shoppings são muitas vezes a alternativa de lazer para as crianças urbanas (Revista Cenarium/Ricardo Oliveira)

Já Elida Cristo relata que falar de infância tem seus percalços. “Existem histórias que não gostamos de contar sobre a infância e para o Lunetas fiquei muito dividida, existe o lúdico, mas também o trágico, no entanto, optei por temas mais leves”, detalhou. “Quero mostrar o potencial das diferentes infâncias que existem na nossa Amazônia”, definiu.

“Quero mostrar os sonhos, o imaginário, os comportamentos, o lúdico e as múltiplas infâncias que passam pelo rural, pelo urbano, pelas comunidades ribeirinhas, pelas comunidades tradicionais. Quero deixar as crianças falarem. Quero mostrar o quão complexa é a nossa região”, descreveu a profissional Elida Cristo.

Sentimentos solidários

Por fazer um jornalismo social, Elida acredita na sensibilidade feminina. “Eu acredito que a sensibilidade feminina produz um olhar diferenciado. O olhar masculino, por exemplo, e até mais racional, mas nosso olhar feminino nos permite ir além do que a gente vê, muito além das aparências. É um olhar mais profundo”, sentenciou.

Questionada sobre que notícia gostaria de dar ao mundo, sobre a infância, ela declarou. “Gostaria de noticiar que finalmente podemos viver em um mundo em que nossas crianças não sofram mais nenhum tipo de violência. Teremos um mundo muito melhor quando as crianças não sofrerem mais violência por parte de quem mais deveria protege-las”, finalizou Elida.

As culturas amazônicas fazem parte da vida das crianças e são fundamentais para a formação do caráter identitário (Reprodução/Internet)

O Lunetas

Raquel de Paula, coordenadora do portal, detalhou o projeto. “O portal Lunetas é a plataforma do Instituto Alana que tem como missão lançar múltiplos olhares para as múltiplas infâncias. O objetivo da formação dessa rede de comunicadores é oferecer às famílias, educadores e leitores do site, conteúdos cada vez mais plurais”, descreveu Raquel.

Raquel detalhou ainda mais a proposta. “É um veículo com informações, reflexões e inspirações sobre as diversidades e características culturais e sociais que permeiam as infâncias brasileiras. Para isso, selecionamos jornalistas todas as regiões brasileiras para que contribuam com fontes e olhares regionais, disseminando, dessa forma, boas práticas, experiências e conteúdos”, falou.

“Esperamos que o correspondente do Lunetas apresente sugestões de pauta considerando a identidade local, desenvolva reportagens que discutam temas relevantes da infância do seu território e, principalmente, que cada um dos Correspondentes conte histórias com uma abordagem única, aprofundada e acolhedora, que é o jeito Lunetas de fazer jornalismo”, finalizou.

PUBLICIDADE

O que você achou deste conteúdo?

Compartilhe:

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie. Leia as perguntas mais frequentes para saber o que é impróprio ou ilegal.