Jovens lideranças do AM defendem campo progressista no ‘Diálogos Amazônicos’
06 de agosto de 2023
Os sete representantes estiveram presentes no evento 'Diálogos Amazônicos' (Montagem: Mateus Moura/Revista Cenarium)
Ívina Garcia – Da Revista Cenarium Amazônia
MANAUS – Jovens lideranças e ativistas do Amazonas participaram, entre sexta-feira, 4, e este domingo, 6, do ‘Diálogos Amazônicos’, buscando alinhar pautas progressistas em defesa da Amazônia e pela renovação política. O evento, realizado em Belém, ofereceu discussões sobre problemáticas da região e foi visto como uma “pré-cúpula”, já que antecedeu a Cúpula da Amazônia, que ocorrerá nos dias 8 e 9 de agosto.
Os sete representantes do Amazonas atuaram no “Diálogos Amazônicos”, no Pará, para debater ações de desenvolvimento aliadas à preservação ambiental na região amazônica e dialogaram sobre a construção de um projeto progressista pautado na defesa da Amazônia e pela renovação política no Estado. Os eventos marcam um momento de retomada de diálogo do governo federal com instituições, governos e representantes da Região Norte.
Da esquerda para direita: Marinete Tukano, Samela Sateré-Mawé, Yann Evanovick, Vanda Witoto, Anne Moura, Michelle Andrews e Tacius Fernandes (Reprodução/Instagram)
À CENARIUM, o diretor da Fundação Rede Brasil Sustentável, Tacius Fernandes, que esteve na pré-cúpula, pontuou que o momento é de conciliação por um futuro melhor para os povos da Amazônia. “O Diálogos Amazônicos e a Cúpula da Amazônia são eventos de reafirmação da sociedade civil e dos governos para o compromisso de uma agenda sustentável, onde possamos cuidar do povo amazônida, protegendo as nossas florestas“, destacou.
Após conversar com outros representantes, Tacius pontuou que a renovação política do Amazonas, no campo progressista, foi um dos pontos de debate. “Acho que os grupos que estão no poder são frutos da forma como os coronéis da política amazonense conduziram o nosso Estado. Há uma espécie de coaptação de novos quadros. Espero muito que a juventude persista sempre em renovar“, disse, lembrando, ainda, das próximas eleições.
“Temos uma eleição em 2024, um momento que a democracia tem que ser fortalecida. Temos que abrir o diálogo com os movimentos vivos da sociedade, conversar com o campo evangélico, respeitando todas as novas diferenças. Tem espaço para todos“, afirmou Tacius.
Mais vozes
Entre os presentes também esteve Marinete Tukano, indígena da região do Alto Rio Negro, no Amazonas, e membro da Associação das Artesãs Indígenas da Amazônia, e da Makira-Êta Rede Estadual de Mulheres Indígenas do Amazonas. Ela foi candidata à deputada estadual pela Bancada Amazônida nas eleições de 2022, recebendo 1.669 votos, mas não foi eleita.
A ativista e influencer amazonense Samela Sateré-Mawétambém participou da roda de conversas. Samela é formada em Biologia pela Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e possui histórico de luta pela causa ambiental, ganhando grande influência no início da pandemia da Covid-19, quando assumiu a comunicação de mulheres artesãs.
A indígena Samela Sateré-Mawé (Reprodução/Instagram/@sam_sateremawe)
O ex-presidente da União Brasileira de Estudantes Secundaristas (Ubes) e coordenador-geral de políticas para a juventude, do Ministério da Educação (MEC), Yann Evanovick, também aparece ao lado dos demais ativistas em busca de um Amazonas mais progressista. Yann é historiador e integrou o grupo de transição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ele faz parte da luta por uma educação mais justa e inclusiva.
A ativista e indígena Vanda Witoto participou do Diálogos Amazônicos. Ela é professora e profissional da saúde, sendo a primeira pessoa a ser vacinada no Amazonas contra a Covid-19. Vanda foi candidata ao cargo de deputada federal em 2022, conquistando 25.545 votos, mas não se elegeu.
A ativista e profissional da saúde Vanda Witoto (Reprodução)
Anne Moura, ex-candidata a vice-governadora do Amazonas, possui extensa caminhada no Partido dos Trabalhadores (PT). Anne é Secretaria Nacional de Mulheres do PT e cotada para ser candidata à Prefeitura de Manaus nas eleições de 2024.
A ativista e produtora cultural Michelle Andrews também participou das mesas de diálogo. Michelle é gestora no Coletivo Difusão e do Festival Até o Tucupi, além de presidente estadual do coletivo antirracista Une Negro Manaus. Andrews já foi candidata aos cargos de vereadora com a Bancada das Manas e concorreu como deputada federal.
Diálogos Amazônicos
O Diálogos Amazônicos teve início na sexta-feira, como um evento prévio à Cúpula da Amazônia que reunirá chefes de Estado dos países da região. Representantes de entidades, movimentos sociais, academia, centros de pesquisa e agências governamentais do Brasil e demais países amazônicos se reuniram em diversas frentes, com o objetivo de formular sugestões para a reconstrução de políticas públicas sustentáveis para a região.
O resultado desses debates será apresentado na forma de propostas aos chefes de Estado durante a reunião da Cúpula da Amazônia. Participarão do encontro os presidentes de Brasil, Bolívia Colômbia, Guiana, Peru, e Venezuela. Por questões internas, Equador e Suriname não confirmaram a presença de seus presidentes, mas enviarão representantes oficiais.
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