Juiz e comediante paraense Cláudio Rendeiro morre vítima da Covid-19 em Belém, no Pará

Personagem Epaminondas Gustavo foi inspirado no pai de Cláudio Henrique (Divulgação)

João Paulo Guimarães – Da Revista Cenarium

BELÉM, PA – Morreu na manhã desta segunda-feira, 18, em decorrência da Covid-19, o juiz Cláudio Henrique Lopes Rendeiro, natural de São Caetano de Odivelas (a 94 quilômetros de Belém) e criador do personagem icônico “Epaminondas Gustavo”. As informações foram confirmadas pela família de Cláudio Henrique e comunicada pelas redes sociais.

“A família Rendeiro comunica, com pesar, o falecimento de Cláudio Henrique Lopes Rendeiro, (também conhecido pelo personagem criado por ele, Epaminondas Gustavo), hoje, às 6h10, vítima do novo coronavírus. A família agradece as milhares de demonstrações de carinho e apoio dos fãs, amigos, imprensa e autoridades do Estado. Deus é soberano e sua vontade deve ser aceita por todos nós, mesmo sabendo que a perda do Cláudio é muito dolorosa e difícil de ser assimilada”.

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Epaminondas Gustavo no Sindmepa: “Para viver de rir”
Juiz Cláudio Henrique Rendeiro em foto nas redes sociais (Reprodução/ Internet)

O personagem era conhecido em todo o Brasil e o juiz Cláudio Rendeiro sempre trouxe muita alegria a todos com as interpretações cheias de homenagens ao povo paraense e seus trejeitos ribeirinhos e caboclos dos paraenses.

Ele estava internado desde o dia 9 de janeiro em um hospital particular vítima da covid-19 e teve complicação no seu quadro. Nas redes sociais era grande a comoção pela reabilitação do juiz e humorista, assim como o número de pessoas que pediam para que fossem feitas correntes de oração.

A morte de Cláudio acontece no mesmo dia em que uma coletiva de imprensa do Governo do Pará deve anunciar o início da vacinação em todo Estado.

O prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues (Psol), lamentou a morte de Cláudio, uma vez que era amigo íntimo do juiz e comediante. “Belém amanheceu triste. Nosso querido Cláudio Rendeiro, conhecido pelo personagem Epaminondas, partiu vítima da Covid-19. Uma tristeza imensa! O Pará perde um brilhante juiz, o humor e a alegria contagiantes de um ser humano iluminado. Vá em paz, mano. À família, amigos e fãs o meu carinho e solidariedade”, disse Rodrigues nas redes sociais.

Perfil

Cláudio era juiz há 25 anos e nunca fez teatro, o que não o impediu, em 2009, de sugerir uma encenação para explicar de forma mais dinâmica o que faz uma Vara de Execução Penal de Penas e Medidas Alternativas, onde são aplicadas penas que não incluem prisão.

Em 2014, foi convidado pela Justiça do Trabalho a gravar áudios sobre a campanha de combate ao trabalho infantil e, em 2019, participou da 23ª Feira Pan-Amazônica do Livro e das Multivozes, onde relançou e autografou os livros “Líricas Ribeirinhas e Outras Margens”, “Sátiras de um Ribeirinho” e “Causos”.

O personagem foi originalmente inspirado no pai de Claudio, um português chamado Manoel, e seu tio chamado Benedito, de quem Epaminondas herdou os jeitos e trejeitos.

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