Juiz pune adjunto da Seduc-PA por publicações contra deputada pró-indígenas
Por: Fabyo Cruz
03 de fevereiro de 2025
Secretário-adjunto da Secretaria de Estado de Educação do Pará (Seduc-PA), Diego Henrique Monteiro Maia e a deputada estadual Lívia Duarte (Psol)(Composição de Paulo Dutra/CENARIUM))
O magistrado determinou que as mensagens sejam excluídas e que Diego Maia publique um direito de resposta de Lívia Duarte em seu perfil nas redes sociais. Caso a ordem não seja cumprida, tanto ele quanto a Meta Platforms Inc., responsável pelo Facebook, poderão ser multados em R$ 500 por dia, com o limite de R$ 50 mil.
Lideranças indígenas ocupam sede da Seduc-PA desde o dia 14 de janeiro (Reprodução/Cita)
As postagens feitas por Diego Maia envolvem críticas ao movimento indígena que exige a revogação da Lei Estadual 10.820/2024 e a exoneração do secretário estadual de Educação, Rossieli Soares. A deputada, que apoia as manifestações, foi acusada de disseminar informações falsas sobre o governo em questões indígenas.
Em sua ação, a parlamentar afirmou que o réu, sem comprovação, acusou-a de coordenar ataques virtuais contra ele, alegando o uso de robôs para enviar mensagens automáticas. Para os advogados de Lívia, o objetivo das publicações era vincular a imagem dela à propagação de fake news.
Em resposta, a deputada reafirmou que tem atuação pautada pela defesa da educação pública e dos direitos dos povos indígenas. “Estou cumprindo a minha obrigação como deputada, acompanhando os manifestantes, apoiando, estando ao lado deles em defesa do direito à educação pública digna e de qualidade. Por isso, me tornei alvo de fake news”, declarou.
Publicações do secretário-adjunto da Seduc-PA, Diego Henrique Monteiro Maia (Reprodução)
O juiz determinou que Diego Maia tem 24 horas para excluir as postagens ofensivas de seu perfil no Facebook e de quaisquer outras plataformas em que tenham sido publicadas. Caso ele não cumpra o prazo, a Meta deverá realizar a remoção. Além disso, o secretário-adjunto deverá permitir que Lívia Duarte publique uma resposta em seu perfil, com a mesma visibilidade, no prazo máximo de dez dias após a exclusão das mensagens.
Contexto do conflito
A disputa judicial acontece no contexto de uma mobilização crescente de indígenas e professores contra a Lei Estadual 10.820/2024, sancionada pelogovernador Helder Barbalho. Os manifestantes temem que a nova lei possa substituir o ensino presencial nas aldeias por modalidades a distância, prejudicando a educação indígena.
Lívia Duarte reafirmou seu apoio ao movimento e reiterou seu compromisso com a luta pela revogação da lei e pela saída de Rossieli Soares. “Estou tranquila por estar do lado certo da história e, se quiserem contar a minha participação nesse processo, que contenham a verdade”, concluiu.
A CENARIUM solicitou um posicionamento do secretário-adjunto sobre a decisão e aguarda retorno.
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