‘Julgamento político’, dizem governadores da Amazônia sobre condenação de Bolsonaro pelo STF


Por: Marcela Leiros

12 de setembro de 2025
‘Julgamento político’, dizem governadores da Amazônia sobre condenação de Bolsonaro pelo STF
Wilson Lima, Jair Bolsonaro e Mauro Mendes (Divulgação/Secom; Ton Molina/STF; Mayke Toscano/Secom-MT | Composição: Reinan Cativo/Cenarium)

MANAUS (AM) – Dos nove govenadores da Amazônia Legal, dois se manifestaram sobre a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por tentativa de golpe de estado e outros quatro crimes. Nas redes sociais, Wilson Lima, do Amazonas, e Mauro Mendes, do Mato Grosso, criticaram a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), ambos afirmando que não há provas dos crimes imputados a Bolsonaro.

Wilson Lima expressou indignação com a condenação. Segundo ele, a decisão do STF foi injusta e o julgamento foi político, condenando o ex-mandatário da República por crimes sem provas. O governador ainda afirmou que a decisão do STF será “lembrada como um momento delicado para a nossa democracia“.

A injusta condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro pelo Supremo Tribunal Federal é lamentável. Bolsonaro foi um líder que governou com honestidade e proximidade com o povo brasileiro. Ele foi vítima de um julgamento político que o condenou sem provas e, principalmente, sem crime“, declarou.

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Mauro Mendes também se posicionou sobre o caso, destacando que, da sua perspectiva, não houve crime por parte do ex-presidente “Eu não vi, e nenhum brasileiro viu, o presidente Bolsonaro cometer nenhum tipo de crime. Olha, é momento triste da história do país. Isso continua a polarização, continua essa briga ideológica“, disse Mendes, que também fez uma crítica ao que considerou ser um julgamento político.

E eu vi que aquilo foi mais julgamento político, segundo os grandes juristas que eu vi, alguns equívocos foram cometidos, e é mais capítulo que continua dividindo o Brasil“, declarou o governador, questionando a continuidade das polêmicas políticas enquanto problemas econômicos seguem sem solução.

O Brasil fica discutindo todas essas polêmicas, enquanto isso a dívida pública cresce, o juros está sufocando a economia, a Previdência continua tendo déficits históricos, e isso não se discute no País“, disse ele.

Mendes ainda defendeu a ideia de anistia para aqueles envolvidos em atos considerados criminosos, como os que ocorreram em 8 de janeiro. “As pessoas do 8 de Janeiro, por exemplo, fizeram algo errado? Fizeram sim. Mas eu já vi muitas vezes o MST [Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra] invadir o Congresso Nacional, quebrar, depredar prédios públicos no Brasil inteiro, e eu nunca vi ninguém preso, condenado a catorze, dezessete anos. É isso que precisa mudar“, concluiu.

Condenação

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, nessa quinta-feira, 11, condenar Jair Bolsonaro (PL) a 27 anos e 3 meses no julgamento da trama golpista. Pela primeira vez na história do Brasil, um ex-presidente foi condenado por golpe de Estado.

Por 4 votos a 1, os ministros condenaram o ex-presidente e sete aliados pelos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado por violência e grave ameaça e deterioração de patrimônio tombado.

Foi aplicada ainda a inelegibilidade de oito anos a todos os condenados, a partir do término da pena. Bolsonaro já estava impedido de disputar eleições até 2030 em razão de condenações por abuso de poder na Justiça Eleitoral. Com a condenação desta quinta, ele fica inelegível até 2060.

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