O pedido de vista do ministro André Mendonça, que adiou uma série de julgamentos contra o presidente Jair Bolsonaro, não foi bem-visto entre os ministros do Supremo Tribunal Federal. Os pares acreditavam que Mendonça seria diferente de Kassio Nunes, que parece ter o entendimento do Direito bastante alinhado com o do governo. Nos bastidores, colegas já chamam Mendonça de o “novo Kassio”. Indicado pela atual gestão, Mendonça faz parte do que Bolsonaro chama de “seus 20% no STF”. Diferentemente de outros colegiados, dois dentre 11 ministros podem fazer grande diferença. Sorteados à relatoria, podem, por exemplo, adiar por tempo indeterminado o retorno dos casos à tramitação.
PEC no plenário
Em mais um aceno ao governo federal, André Mendonça decidiu levar a PEC das Bondades para o plenário do STF. A ação, sempre positiva, deve acabar por ajudar o Congresso Nacional e Bolsonaro. Ao pedir pauta, ele também abriu prazo para o Legislativo, Executivo e a Advocacia-Geral da União se manifestarem. Com isso, a matéria só estará pronta para ir a julgamento em cima das eleições ou após ela. Isso vai emparedar o STF. Se a quase impossível decisão de derrubar o benefício for tomada, Bolsonaro ganhará grande discurso. Se for mantida, a narrativa de que nem o STF pode ir contra ele.
Comando político na Aneel
A partir desta semana, a Aneel – Agência Nacional de Energia Elétrica ganha um novo diretor-geral. Sandoval Feitosa assume com a pecha de ser o nome do ministro Ciro Nogueira dentro da agência reguladora, enquanto a Câmara tem no seu leque de propostas pós-eleitorais a PEC das Agências, muitas mirando a própria Aneel. Além da nomeação de Feitosa, também assume o cargo de diretoria, na próxima segunda-feira, Fernando Mosna, que até então era assessor do senador Marcos Rogério (PL-RO). É a segunda vaga atrelada ao senador na agência. Com a nova composição, o mercado teme decisões polêmicas que podem ser tomadas com viés político.
Salto alto
A bolsa de apostas do PT sobre quem vai ocupar qual ministério, caso Lula seja eleito, tem irritado o ex-presidente. Lula tem dito que isso é sinal de salto alto de alguns petistas que só pensam em assegurar seu espaço em um eventual governo, mas se esquecem que antes é preciso ganhar as eleições. A irritação tem aumentado, na medida em que Bolsonaro diminui a distância nas pesquisas. Segundo pessoas que conhecem o ex-presidente, há décadas, a forma mais fácil de se queimar com Lula é tentar se estabelecer via plantação de notas na imprensa.
Menos 300 milhões de árvores
Informações do Monitor da Floresta do PlenaMata trazem estimativas em tempo real, com base nos dados do Inpe, e apontam recorde do desmatamento nos primeiros sete meses do ano. A chegada do verão amazônico traz expectativas de números ainda maiores para o restante de 2022. Mais de 300 milhões de árvores foram derrubadas na Amazônia brasileira entre 1° de janeiro e 10 de agosto de 2022, de acordo com os dados. Para Marcio Astrini, secretário-executivo do Observatório do Clima, o número representa um “genocídio ecológico”.
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