Júri dos réus pelo incêndio na Boate Kiss é marcado para 1º de dezembro, em Porto Alegre

O local do júri ainda não está definido, o que deve acontecer até maio (Fernando Frazão/Agência Brasil)

Com informações do G1

RIO GRANDE DO SUL – O júri dos quatro réus pelo incêndio da Boate Kiss, que deixou 242 mortos em 2013, em Santa Maria, Região Central do Estado, foi marcado para o dia 1º de dezembro, em Porto Alegre, a partir das 9h. Elissandro Callegaro Spohr e Mauro Londero Hoffmann, sócios da boate, e Marcelo de Jesus dos Santos e Luciano Bonilha Leão, integrantes da banda que tocava na noite da tragédia, irão ao banco dos réus.

A data do julgamento foi agendada pelo juiz Orlando Faccini Neto, que assumiu nesta segunda-feira, 5, o 2º Juizado da 1ª Vara do Júri do Foro Central. Faccini explica que a realização do júri nessa data dependerá da evolução da vacinação contra o coronavírus.

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Como o júri deve se estender ao longo dos dias, o setor de logística do tribunal tomará as providências para estruturar alojamento e alimentação dos jurados, segurança interna e externa, cobertura da imprensa, entre outras questões.

O local do júri ainda não está definido, o que deve acontecer até maio. “Com todas as providências burocráticas que o cercam, mormente considerada a expectativa de que, em virtude de sua complexidade, o Plenário se estenda por número expressivo de dias”, diz.

Mário Cipriani, advogado do Mauro Hoffmann, afirmou que não tem o que comentar porque esta é uma decisão que compete exclusivamente ao presidente do tribunal do júri, mas acredita que recursos ainda possam implicar em alteração de datas.

“A rigor, as datas são marcadas após a decisão de todos os pedidos que são realizados pelas partes, e todos os recursos que ainda existem, independente do seu efeito suspensivo ou não. Vamos avaliar a íntegra do eminente magistrado e depois a defesa vai tomar as medidas que entender necessárias”, disse.

Jader Marques, advogado do Kiko Spohr, manifestou a mesma preocupação. “A defesa deseja que o julgamento se realize. Fica na expectativa de que a data se mantenha, apenas preocupada com os recursos que o MP-RS insiste em manter perante o STJ. São recursos que podem evitar o julgamento, podem procrastinar ainda mais o julgamento”, pontuou.

Jean Severo, advogado do Luciano Bonilha, disse que seu cliente está satisfeito com o agendamento do júri, e irá apenas negociar uma ampliação no tempo de manifestação na defesa.

“Esta é a questão que a gente vai tentar conversar com o magistrado. A gente gostaria de um tempo considerável para fazer nosso trabalho da melhor maneira possível, porque assim vamos ter justiça e a absolvição do Luciano”, afirmou.

Tatiana Borsa, advogada do Marcelo de Jesus dos Santos, citou que irá “aguardar a intimação pelas vias apropriadas e legais para nos manifestarmos”.

Datas marcadas e desaforamento

Os julgamentos chegaram a ser marcados em duas sessões para o ano passado, em Santa Maria, mas tiveram a data suspensa devido a pedidos de desaforamento dos réus para levar o julgamento para Porto Alegre.

Inicialmente, o desaforamento foi concedido a três dos quatro réus – Elissandro, Mauro e Marcelo. Luciano foi o único que não manifestou interesse na troca, e seu julgamento chegou a ser marcado em Santa Maria.

Contudo, depois de pedido do Ministério Público, o tribunal determinou que ele se juntasse aos demais. Eles respondem por homicídio simples, 242 vezes consumado e 636 vezes tentado (pelo número de feridos).

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