Justiça adia julgamento de brasileira vítima de feminicídio na Bolívia


Por: Bianca Diniz

14 de agosto de 2025
Justiça adia julgamento de brasileira vítima de feminicídio na Bolívia
Jenife do Socorro Almeida da Silva morreu Santa Cruz de la Sierra, Bolívia (Reprodução/Redes sociais |Composição: Lucas Oliveira/Cenarium)

MANAUS (AM) – A audiência de julgamento do feminicídio da estudante brasileira Jenife do Socorro Almeida da Silva, de 36 anos, em Santa Cruz de la Sierra, Bolívia, foi novamente suspensa na terça-feira, 12, por conta da ausência do Ministério Público e do advogado de defesa do menor de 16 anos, principal suspeito do crime ocorrido em abril de 2025. A próxima audiência está marcada para essa sexta-feira, 15.

Estudante de Medicina, Jenife Silva foi morta em Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia (Reprodução/Redes Sociais)

A advogada da família, Darly Franco, criticou a postura das autoridades locais, denunciando manobras que atrasam o andamento do processo. “Há uma manipulação no processo penal influenciada por interesses econômicos, comprometendo a busca por justiça”, afirmou.

Natural de Macapá (AP), Jenife vivia há seis anos na cidade boliviana, onde cursava Medicina e tinha planos de colar grau. Desde a sua morte, familiares e amigos vêm denunciando falhas nas investigações, incluindo contaminação da cena do crime e ausência de protocolos adequados.

Em meio ao impasse judicial, as irmãs da vítima, Jessy e Jessica, publicaram um vídeo no perfil ‘Família da Jenife’, na segunda-feira, 11, anunciando a retomada da mobilização por justiça. “Estamos retomando a justiça, essa luta que nós precisamos tanto para dar um pouquinho de acalanto aos nossos corações como familiares dela”, disseram.

Veja vídeo:

Familiares, amigos e apoiadores promoveram uma blitz do ‘Agosto Lilás’, mês dedicado ao enfrentamento da violência de gênero, na terça-feira, 12, em memória de Jenife e de todas as mulheres vítimas de violência. A ação teve como objetivo conscientizar a população e cobrar maior rigor nas investigações

Veja vídeo:
Sobre o caso

Natural de Santana (AP), Jenife do Socorro Almeida da Silva foi encontrada morta em 2 de abril de 2025, no apartamento onde morava, com sinais de asfixia mecânica, estupro e esfaqueamento.

O principal suspeito é o adolescente J.D.R.F., de 16 anos, que cumpre prisão preventiva. Segundo a advogada da família, Darly Franco, a polícia boliviana não seguiu protocolos básicos, comprometendo a coleta de provas.

O caso ganhou repercussão no Brasil e na Bolívia. Familiares e amigos organizaram protestos e atos públicos, denunciando o que classificaram como omissão das autoridades locais e do consulado brasileiro.

Segundo relatos publicados pela CENARIUM à época, Jenife passou o último dia com vida, em 1º de abril, assistindo a uma aula na Universidade de Aquino Bolívia (Udabol) e, depois, encontrou um jovem que conheceu na Praça 24 de Setembro, em Santa Cruz de La Sierra. Amigos afirmaram que o último contato dela foi pelo WhatsApp e que a descoberta do corpo no dia seguinte só ocorreu após uma amiga da vítima, identificada como Andressa, ir ao apartamento e desbloquear o celular de Jenife para auxiliar nas investigações.

Imagens e depoimentos indicam que o suspeito esteve envolvido em outros episódios de violência. Em dezembro de 2024, câmeras de segurança flagraram agressões contra Graciela Román e outra mulher, cometidas por ele e pelo irmão, Carlos Eduardo de Oliveira Ferrel. A CENARIUM publicou essas informações na época, quando a segunda vítima denunciou o histórico violento do adolescente.

Leia mais: Família de brasileira morta na Bolívia critica atuação da polícia local
Editado por Adrisa De Góes
Revisado por Gustavo Gilona

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