Justiça bloqueia R$ 1,2 milhão de investigados por desmatamento em terra indígena de Mato Grosso


15 de maio de 2024
Justiça bloqueia R$ 1,2 milhão de investigados por desmatamento em terra indígena de Mato Grosso
Operação foi deflagrada nesta quarta (Reprodução/PF)
Davi Vittorazzi — Da Revista Cenarium

CUIABÁ (MT) — Um grupo investigado por desmatamento na Terra Indígena Aripuanã e por extração e comercialização foi alvo da operação Ankara, da Polícia Federal, nesta quarta-feira, 15. Os alvos tiveram juntos o bloqueio de mais de R$ 1,2 milhão em bens.

Os mandados foram de buscas e apreensão e foram cumpridos nas cidades de Aripuanã (a 976 quilômetros de Cuiabá), Espigão D’Oeste (RO) e Tocantins (MG). O valor total do sequestro judicial de bens dos envolvidos chega ao valor de R$ 1.256.826,97. Segundo a PF, o montante para a recuperação de áreas degradadas, rendimentos ilícitos auferidos pelo grupo e movimentações financeiras suspeitas de lavagem de dinheiro.

A terra indígena fica entre os municípios de Aripuanã e Juína, na Amazônia, em uma área de 751 mil hectares. Cerca de 380 indígenas vivem na região. Eles são do povo Cinta Larga e de um grupo isolado.

As investigações começaram após uma fiscalização conjunta da Polícia Federal e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), em julho de 2022, nas proximidades da Aldeia Paralelo 10, em um caminho que dá acesso à Terra Indígena Aripuanã.

Os agentes fizeram a abordagem de um suspeito que dirigia uma caminhonete bandeirante branca, vindo da saída da terra indígena. Com ele foram encontradas ferramentas usadas para a manutenção de maquinário pesada e folhas de documentos de registros contábeis e de logísticas usados para a conferência de metragem e valores de espécies de madeira (romaneio de toras).

Conforme a PF, uma equipe policial foi para o interior da vegetação e encontrou várias toras de madeiras, que estavam prontas para serem retiradas. Também havia no local máquina trato usada para extração e corte das árvores.

Ao longo da investigação, foi identificado a existência de uma organização criminosa voltada a prática de desmatamento ilegal, extração e comercialização ilegal de madeira em Terra Indígena. Segundo a Polícia Federal, alguns indígenas também deram apoio aos criminosos.

Para comercializar a madeira ilegal no mercado, a PF apurou que os envolvidos inseriam dados falsos no Sistema de Comercialização e Transporte de Produtos Florestais (SISFLORA), para parecer que o produto fosse legal.

Apreensão de madeira ilegal na região

Em fevereiro deste ano, o Batalhão de Polícia Militar de Proteção Ambiental apreendeu um trator, uma motosserra, uma serraria móvel e 30 unidades de toras (total de 47m³), na zona rural de Aripuanã. Um homem foi preso em flagrante e multado em R$ 321 mil por desmatamento e exploração ilegal de madeira.

Segundo a Secretaria de Meio Ambiente (Sema-MT) a área desmatada foi estimada em 59,1799 hectares desmatados a corte raso ilegalmente.

Leia mais: Amazônia: desmatamento tem redução de 42% no primeiro trimestre
Editado por Aldizangela Brito

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