Justiça condena Prefeitura de Manaus e Amazonas Energia por falha na fiscalização de faixas de servidão


20 de agosto de 2024
Justiça condena Prefeitura de Manaus e Amazonas Energia por falha na fiscalização de faixas de servidão
A decisão foi proferida após a constatação de diversas ocupações irregulares (Composição: Weslley Santos/Cenarium)
Da Cenarium*

MANAUS (AM) – A Justiça do Estado do Amazonas, atendendo a uma ação civil pública (ACP) movida pelo Ministério Público do Estado do Amazonas (MP-AM), condenou a Prefeitura de Manaus, o Instituto Municipal de Planejamento Urbano (Implurb) e a concessionária Amazonas Energia S.A. por falhas na fiscalização das faixas de servidão — espaços de terra que acompanham o percurso de um duto ou linha de transmissão de energia elétrica. A decisão, que envolve a capital e arredores, foi proferida após a constatação de diversas ocupações irregulares nessas áreas, representando um risco à segurança da população.

A ação civil pública foi ajuizada pelo MP-AM, por meio da 62ª Promotoria de Justiça Especializada na Proteção e Defesa da Ordem Urbanística (62ª Prourb), que apontou a omissão tanto da Prefeitura quanto da concessionária no cumprimento de suas responsabilidades de fiscalização. A investigação, iniciada no Inquérito Civil nº 06.2020.0000021-6, revelou que as áreas sob as linhas de transmissão foram ocupadas de forma desordenada, sem as devidas intervenções por parte dos responsáveis.

Faixas de servidão são espaços de terra que acompanham o percurso de um duto ou linha de transmissão de energia elétrica (Reprodução/Google Maps)

O promotor de Justiça Lauro Tavares da Silva, titular da 62ª Prourb, afirmou que o “MPAM busca, com a ação, salvaguardar a incolumidade física e a vida de milhares de pessoas que residem dentro de um perímetro, sob o alcance dos efeitos gravíssimos que as linhas de transmissão representam pelos locais e forma como estão instaladas e funcionando”.

Na sentença, o Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM), por meio do juiz Leoney Figliuolo Harraquian, condenou o município de Manaus, o Instituto Municipal de Planejamento Urbano (Implurb) e a Amazonas Energia S.A. a adotar medidas fiscalizatórias necessárias para evitar novas ocupações nas faixas de servidão das linhas de transmissão. A Amazonas Energia também foi condenada a apresentar um sistema de gestão de riscos que contemple medidas mitigadoras para assegurar que os riscos de acidentes sejam identificados e gerenciados de forma adequada.

Além disso, a concessionária deverá realizar a realocação dos traçados das linhas de transmissão situadas sobre ocupações humanas irregulares, com a apresentação de um cronograma de obras a ser cumprido no prazo de até dois anos. Caso a realocação não seja possível, a concessionária e os órgãos municipais deverão providenciar a remoção das famílias e a demolição das edificações irregulares.

A decisão inclui ainda a imposição de multas diárias de R$ 10 mil, caso as determinações judiciais não sejam cumpridas dentro dos prazos estabelecidos.

Entenda o problema

No Brasil, as linhas de transmissão transportam energia elétrica das fontes geradoras para os centros de consumo, utilizando o espaço do solo conhecido como faixas de servidão. Essa área é essencial para garantir a segurança, prevenindo acidentes como choques elétricos e quedas de estruturas, além de permitir a manutenção e inspeções realizadas pela concessionária responsável.

Desrespeitar as normas que regulamentam a faixa de servidão não apenas constitui uma violação legal, mas também compromete a segurança das pessoas. Ocupações irregulares nessas áreas podem aumentar o risco de acidentes graves, afetando diretamente a segurança da população que reside nas proximidades.

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(*) Com informações do MP-AM

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