Justiça determina prisão temporária de segundo suspeito de envolvimento na morte de indigenista e jornalista

O prazo de 30 dias da prisão temporária passa a valer a partir da data do cumprimento do mandado de prisão expedido pela Comarca (Reprodução)
Eduardo Figueiredo – Da Revista Cenarium

MANAUS – Oseney da Costa de Oliveira, de 41 anos, preso na terça-feira, 14, pela Polícia Civil do Amazonas (PC-AM), por suspeita de envolvimento no assassinato do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips, foi encaminhado nesta quarta-feira, 15, ao Fórum de Justiça de Atalaia do Norte para audiência de custódia, onde teve a prisão temporária decretada por 30 dias.

A decisão é da juíza Jacinta Silva dos Santos, titular da Comarca de Atalaia do Norte, região na qual a dupla desapareceu desde o último dia 5. Oseney é assistido pela defensora pública Jéssica Cristina Melo Matos.

O prazo de 30 dias da prisão temporária, podendo ser estendida por mais 30 dias, passa a valer a partir da data do cumprimento do mandado de prisão, expedido pela Comarca. “A audiência de custódia foi relativa ao cumprimento da prisão temporária decretada por este Juízo, atendendo a pedido da autoridade policial”, informou a juíza Jacinta Silva dos Santos.

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Imagem das buscas no local onde foram encontrados objetos pessoais das vítimas (Divulgação)

Na manhã desta quarta-feira, 15, Oseney da Costa de Oliveira confessou o crime para a Polícia Federal (PF). Segundo fontes sigilosas ouvidas pela CENARIUM, ativista e jornalista foram esquartejados e incendiados.

A Polícia Federal do Amazonas (PF-AM) levou o suspeito, no início da tarde desta quarta-feira, ao local do crime. De acordo com as fontes, a confissão veio, ainda, na noite de terça-feira, 14, quando o homem estava sendo interrogado pelas autoridades policiais.

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Imagem das buscas pelos corpos do jornalista e indigenista (Divulgação)

Prisão

A prisão de Oseney foi confirmada pelo Comitê de crise, coordenado pela Polícia Federal do Amazonas (PF-AM). O segundo suspeito é irmão de Amarildo da Costa, o “Pelado”, que inclusive, já está em prisão temporária.

Em nota, o Comitê destaca que a suspeita é de que os irmãos teriam atuado juntos no sumiço da dupla. O documento declara, ainda, o cumprimento de dois mandados de busca e apreensão expedidos pelo Poder Judiciário, em Atalaia do Norte (1.137 quilômetros distante de Manaus), de alguns cartuchos de arma de fogo e um remo, os quais serão objetos de análise.

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Caso

O indigenista Bruno Araújo Pereira, 41, da Fundação Nacional do Índio (Funai), e o jornalista inglês Dom Phillips, 57, colaborador do jornal “The Guardian”, desapareceram no Vale do Javari, na Amazônia, ao realizarem um percurso entre a comunidade ribeirinha São Rafael à cidade de Atalaia do Norte, no interior do Amazonas.

Segundo a União do Povos Indígenas Vale do Javari (Univaja), Bruno e Dom viajavam em uma embarcação nova, com motor de 40 HP e 70 litros de gasolina, rumo a uma localidade próxima à Base de Vigilância da Funai, no Rio Ituí, Lago Jaburu, para que o jornalista britânico realizasse entrevistas com indígenas para um livro com temática ambiental.

A Polícia Federal interrogou mais de dez pessoas e prendeu um suspeito, identificado como Amarildo da Costa de Oliveira, o “Pelado”. No dia 8 de junho, o barco de Amarildo foi rastreado pela polícia, que o encontrou na mesma região onde a dupla foi vista pela última vez.

Com o pescador, foram encontrados um cartucho calibre 16, rifle 762 e munições. O suspeito foi preso em flagrante e encaminhado a 50ª Diretoria de Inteligência Policial para prestar depoimento. No dia 9 de junho, após a perícia da Polícia Civil do Amazonas (PC-AM) encontrar vestígios de sangue na embarcação de Amarildo, o Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM) decretou a prisão temporária do homem por suspeita de envolvimento no desaparecimento da dupla.

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