Justiça Federal ordena reintegração de posse na Terra Indígena Piripkura


16 de julho de 2024
Justiça Federal ordena reintegração de posse na Terra Indígena Piripkura
Dois indígenas em isolamento voluntário que vivem na região (Reprodução)
Davi Vittorazzi — Da Cenarium

CUIABÁ (MT) — A Justiça Federal determinou a reintegração de posse da Terra Indígena Piripkura, localizada nos municípios de Colniza (MT) e Rondolândia (MT), 1.065 e 1,6 mil quilômetros de Cuiabá, respectivamente. A decisão determina que os ocupantes ilegais da região devem sair do local em até 60 dias, sob pena de multa diária. O local é habitado por indígenas em isolamento voluntário.

A ação civil pública de reintegração de posse foi movida pelo Ministério Público Federal (MPF). Na decisão, a Justiça determina que os ocupantes ilegais devem retirar seus bens da área em até 60 dias e estão proibidos de realizar novos desmatamentos na região.

Além disso, caso haja descumprimento, os fiscais ambientais poderão intervir utilizando de ações de destruição ou inutilização de produtos, subprodutos e instrumentos que estejam no território. A Justiça também autorizou, a requisição de força policial para a destruição das cercas, porteiras, casas e maquinário de processamento de madeira que forem encontradas na área.

Outra medida poderá ser tomada, caso os prazos não sejam cumpridos, será a suspensão de Carteiras Nacional de Habilitação (CNH) e de passaportes dos ocupantes ilegais. Além disso, eles podem ter os seus cartões de crédito congelados para qualquer transação, conforme a Justiça.

Imagem aérea mostra Terra Indígena Piripkura, em Mato Grosso (Divulgação)

A Terra Indígena Piripkura é habitada por um grupo de indígenas em isolamento voluntário do povo Piripkura. Eles vivem na região entre os Rios Branco e Madeirinha, afluentes do Rio Roosevelt. O local não é demarcado e segue em tramitação em passos lentos, conforme o próprio MPF.

Nesse período de espera, a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) tem editado diversas Portarias de Restrição de Uso, para proteger os indígenas em isolamento voluntário. A partir da Portaria de Restrição de Uso nº 1.154, a Fundação interditou 242.500 hectares entre os municípios de Rondolândia e Colniza, no noroeste de Mato Grosso.

Devastação de TI

O MPF destaca na ação de reintegração de posse que a degradação ambiental praticada pelos ocupantes ilegais ocorre desde 2008, quando alguns dos acusados foram autuados por desmatamento ilegal e outros delitos ambientais, como caça de animais silvestres. A partir de 2015, conforme o órgão, as invasões ao território e a degradação ambiental se tornaram frequentes.

A situação foi agravada a partir do ano de 2019, quando as ações de fiscalização ao longo de 2020, em razão da pandemia. No ano passado, um estudo do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) mostrou que o território perdeu, em março daquele ano, uma área de floresta equivalente a 100 campos de futebol, por ação de desmatamento ilegal.

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Editado por Jadson Lima

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