Justiça mantém prisão de falsa médica e ouve vítimas em audiência de instrução


Por: Fred Santana

14 de outubro de 2025
Justiça mantém prisão de falsa médica e ouve vítimas em audiência de instrução
A educadora física Sophia Livas de Morais Almeida foi detida após alegar que era médica e fazer atendimentos sem diploma (Reprodução/PC-AM)

MANAUS (AM) – A 5.ª Vara Criminal da Comarca de Manaus iniciou, na sexta-feira, 10, a audiência de instrução do processo que tem como principal acusada a educadora física Sophia Livas de Morais Almeida, investigada por exercer ilegalmente a medicina na capital amazonense. Durante a sessão, a juíza Aline Kelly Ribeiro Marcovicz Lins manteve a prisão da ré, indeferindo um pedido apresentado pela defesa.

A sessão, realizada por videoconferência e presidida pela magistrada, também envolve outros dois réus, apontados pelo Ministério Público do Estado do Amazonas (MP-AM) como colaboradores das práticas criminosas.

Também foram ouvidas três vítimas durante o primeiro dia da audiência. Durante a sessão, a advogada de uma das vítimas foi admitida para atuar como assistente de acusação. O Ministério Público insistiu ainda na oitiva de outras vítimas e de uma testemunha sob sigilo, motivo pelo qual a audiência foi suspensa e remarcada para o dia 17 de outubro.

A educadora física Sophia Livas de Morais Almeida foi detida após alegar que era médica e fazer atendimentos sem diploma (Reprodução/redes sociais | Composição: Paulo Dutra/CENARIUM)

Segundo a denúncia apresentada pelo MP-AM, entre 2023 e 2025, Sophia teria atuado de forma reiterada e consciente, obtendo vantagem ilícita ao se apresentar como médica em clínicas particulares e em sua própria residência, sem possuir formação acadêmica ou registro no Conselho Federal de Medicina.

O órgão afirma que a mulher atendeu adultos, gestantes e crianças, inclusive pessoas com deficiência, chegando a prescrever medicamentos e emitir atestados falsos, colocando em risco a saúde de terceiros.

Ainda conforme o MP, um segundo acusado, identificado como Dib Almeida, irmão da principal ré, teria auxiliado na confecção e digitalização de atestados e receituários falsificados, usando dados pessoais de pacientes retirados de um hospital público. Já a terceira acusada, Thayla Laís, funcionária de uma clínica particular, teria fornecido à falsa médica documentos e receituários com dados de um médico verdadeiro, seu empregador, subtraídos do local onde trabalhava.

O MP-AM denunciou Sophia pelos crimes de perigo para a vida ou saúde de outrem, furto qualificado, estelionato majorado, exercício ilegal da medicina, falsidade ideológica, falsidade de atestado médico e falsa comunicação de crime. Os outros dois acusados respondem por perigo para a vida ou saúde de outrem, estelionato majorado, falsidade de atestado médico e furto qualificado.

O caso, que tramita sob segredo de justiça, ganhou repercussão em maio deste ano, quando Sophia Almeida foi presa pela Polícia Civil do Amazonas (PC-AM) em uma academia na Zona Centro-Sul de Manaus. À época, a investigação conduzida pelo 1.º Distrito Integrado de Polícia (DIP) apontou que ela se apresentava como médica e utilizava documentos falsos para comprovar a suposta formação. Em áudios obtidos pela polícia e revelado pela CENARIUM, Sophia afirmava que “medicina é meu forte”. Ouça:

A PC-AM também indiciou os dois outros suspeitos, Dib Almeida e Thayla Laís, por participação no esquema de falsificação e comercialização de atestados médicos, cujas provas foram encontradas em aparelhos eletrônicos apreendidos durante a investigação. A audiência de instrução será retomada no dia 17 de outubro, quando novas vítimas e testemunhas deverão prestar depoimento.

Leia mais: ‘Medicina é meu forte’: Falsa médica diz em áudio que domina profissão
Editado por Jadson Lima

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