Justiça revoga prisão de delegado do AM preso pela Polícia Federal
Por: Lina Sabóia*
25 de maio de 2025
MANAUS (AM) – A juíza Noêmia Cardoso Leite de Sousa determinou a soltura do delegado de Polícia Civil do Amazonas, Adriano Félix Claudino da Silva. O ex-titular da Delegacia Delegacia Especializada De Roubos, Furtos e Defraudações (DERFD) foi preso durante a Operação Jeremias 22:17 por suspeita de envolvimento em sequestro e tortura de um homem no município de Caracaraí, em Roraima.
A decisão foi assinada na última sexta-feira, 23. As informações foram confirmadas pela Folha BV. A magistrada se baseou no entendimento da Polícia Federal (PF) de que Félix não obstruiu a apuração, apesar do delegado ter se recusado a entregar a senha do telefone, e que a liberdade dele não compromete a apuração dos fatos durante a investigação.
Porém, a juíza manteve a prisão dos policiais civis do Amazonas Álvaro Tiburcio Steinheuser e Edmilton Freire dos Santos, do policial militar de Roraima Jan Elber Dantas Ferreira e do empresário Lidivan dos Santos Reis.

Os investigados em liberdade terão que cumprir quatro medidas cautelares que são comparecimento bimestral em juízo para informar e justificar as atividades, proibição de manter contato e de se aproximar de envolvidos no processo, não se ausentar da cidade onde mora por mais de 15 dias, sem prévia autorização judicial, e suspensão do exercício das funções públicas que atualmente ocupam.
Relembre o caso
Na manhã de quinta-feira, 22, a Polícia Federal deflagrou a Operação Jeremias 22:17, com o objetivo de coletar informações relacionadas ao sequestro de um indivíduo no Município de Caracaraí-RR.
As investigações tiveram início com a participação direta do Ministério Público do Estado de Roraima, por meio da Promotoria de Justiça de Caracaraí/RR. Foram cumpridos em Roraima, Amazonas, Bahia, São Paulo e Rio Grande do Sul, 13 mandados de busca e apreensão e sete mandados de prisão temporária expedidos pela Justiça Estadual.
Ainda de acordo com a investigação, policiais do Amazonas, na busca de suposto roubo de cassiterita, teriam sequestrado e torturado o suspeito para que ele indicasse o destino da carga. Na ação, também teriam participação, policiais do Estado de Roraima.
Segundo as investigações, os envolvidos formaram, em tese, um grupo criminoso para escoltar cargas de minérios extraídos ilegalmente da TIY, prestar serviços de segurança de forma clandestina e apurar a ocorrência de roubos de cargas de forma paralela à atuação estatal.