Largo de São Sebastião é palco do lançamento da Mostra de Cultura Popular ‘Amyipaguana’
06 de novembro de 2022

Da Revista Cenarium*
MANAUS – A diversidade da cultura amazonense, representada em diferentes linguagens, como a música, arte circense, teatro, dança e capoeira, marcou o lançamento da Mostra de Cultura Popular “Amyipaguana”, no Largo de São Sebastião. O evento reuniu, neste sábado, 5, Dia Nacional da Cultura, uma variedade de grupos artísticos que mostraram uma prévia do que o público amazonense poderá conferir na programação oficial da mostra, a ser realizada de 18 a 26 de novembro.
Apoiado pela Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa, o evento está na terceira edição e reunirá mais de 30 expressões culturais e 80 artistas da cultura amazonense nos dias do evento. Neste sábado, o Largo de São Sebastião se tornou um palco para manifestações que não estão associadas a cadeias econômicas no Amazonas, tais como a capoeira, o grupo Maracatu Pedra Encantada, grafite, arte circense e outros grupos populares.

De acordo com o secretário executivo de Cultura do Amazonas, Luiz Carlos Bonates, o principal objetivo da mostra é dar visibilidade e valorizar a riqueza cultural presente no Estado.
“Tem-se, no senso comum, que existe a identidade amazônica, mas, na verdade, existem ‘identidades’. Aqui se passaram várias culturas do mundo todo deixando um conteúdo para isso. O projeto ‘Amyipaguana’ significa ‘ancestral’ em tupi antigo, exatamente a valorização dessas manifestações que não são visibilizadas”, afirmou o secretário.

Manifestações artísticas
Participando do evento prévio da Mostra de Cultura Popular, a integrante do grupo Maracatu Pedra Encantada, Érika Tahiane, de 36 anos, celebrou o apoio dado pelo Governo do Estado, aos artistas, por meio do evento. Érika, que compõe o grupo de dança afro-brasileira há cerca de 10 anos, reforçou a importância da valorização e de tornar visíveis as vertentes da cultura negra no Amazonas.

“As pessoas não têm essa noção do quanto existem pessoas negras, pretas, e toda essa influência que a gente tem aqui no Norte, principalmente, vindo do Nordeste. É muito importante esses trabalhos para mostrar tanto o maracatu, a capoeira, o tambor de crioula e outras vertentes culturais que existem, aqui, no Amazonas, não só na capital, mas também no interior”, disse Érika.
A artista de grafite Mia Monteiro, 32, também apresentou a arte por meio de uma peça executada durante o evento. A produção representa uma homenagem ao rap, um dos elementos do Hip Hop, movimento que Mia integra há, aproximadamente, 14 anos no Amazonas. Para ela, a possibilidade de mostrar o grafite em um evento de cultura popular é uma oportunidade para quebrar preconceitos que ainda são semeados na sociedade.

“É gratificante, porque nossa arte é vista como vandalismo, mas, hoje, podemos estar aqui com outras culturas e podendo somar com isso, trazendo para nós um pouco mais de respeito e reconhecimento, demonstrando que podemos fazer arte por meio de cores”, afirmou.
Programação oficial
Após o lançamento, a programação oficial da mostra “Amyipaguana” acontece entre os dias 18 e 26 de novembro, no Largo de São Sebastião e no Teatro Gebes Medeiros (Avenida Eduardo Ribeiro, Centro). A agenda inclui palestras, oficinas, exibição de documentários etnoculturais e atrações com diferentes linguagens culturais. Todas as atividades terão entrada gratuita.
A mostra se soma ao montante de investimentos do Governo do Estado na cultura amazonense. Em quase quatro anos, a Secretaria de Cultura celebrou mais de 6,7 mil atividades culturais, reunindo mais de 4,5 milhões de espectadores. Na atual gestão, o Amazonas destinou mais de R$ 50 milhões para editais de apoio à indústria cultural, sendo R$ 10,7 milhões provenientes de recursos estaduais.