Letalidade da Covid-19 entre indígenas da Amazônia pode alcançar taxa de até 14%

O preço da cesta básica em São Gabriel da Cachoeira chega a ser 346,67% maior que a média nacional (Reprodução/Internet)

Thiago Fernando – Da Revista Cenarium

MANAUS – Um comparativo feito pela REVISTA CENARIUM aponta a gravidade do impacto do novo Coronavírus entre os povos indígenas. De acordo com o último boletim epidemiológico divulgado nesta quarta-feira, 24, a fatalidade entre as etnias localizadas na Amazônia Legal pode disparar para 14%, em caso confirmação positiva dos óbitos suspeitos de Covid-19.

O estudo feito pela Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), aponta 5.435 casos entre os povos indígenas, resultado em 314 mortes, representando 6% de óbitos. Todavia, caso sejam confirmados os 432 óbitos suspeitos, o índice alcança a marca de 14% de mortalidade, totalizando 746 mortes.

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Comparando os percentuais de mortalidade dos povos originários entre a população não indígenas do Brasil, a redução de 33% a menos expõe a disparidade. Pois segundo dados do Ministério da Saúde (MS), foram contabilizados 1.188.631 milhões de casos confirmados e 53.830 mil óbitos causados pela doença entre não indígenas, representando 4,5%,

Para o vice coordenador da Coiab, Mario Nicácio, o estudo apresentado serve como um alerta para o Governo Federal, porque lista possíveis explicações para a alarmante letalidade entre os povos indígenas.

“Tivemos esse diálogo com especialistas indígenas e não indígenas. O Ipam divulgou os dados para ser lido pela sociedade e servir como orientação para o Governo Federal sobre a realidade dos povos indígenas da Amazônia Legal. Devemos levar em consideração o sistema precário de atendimento específico a indígenas e o seu baixo grau de imunidade”, alertou Nicacio.

Ala exclusiva para pacientes indígenas

Na última quinta-feira, 18, o MS, em parceria com o Governo do Amazonas e do município de Atalaia do Norte, inaugurou 25 leitos exclusivos para indígenas no Hospital Municipal de Atalaia do Norte, unidade que é referência de atendimento em toda a região.

Os novos leitos vão atender as comunidades da Terra Indígena do Vale do Javari, segunda maior área indígena do Brasil. Ao todo, uma população aldeada de cerca de sete mil indígenas, será beneficiada com a iniciativa.

Essa ala indígena soma-se às já inauguradas em Manaus, em Macapá (AP) e em municípios do Pará.

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